Xavier Mosquet, analista de mercado, acredita que a industria vai ultrapassar a crise do Covid-19
Com um MBA na Insead e licenciaturas em física e engenharia, é membro do Boston Consulting Group, na área automóvel, este francês que há mais de 20 anos oferece consultadoria, acredita que a indústria tem capacidade para dar a volta á situação.
Xavier Mosquet liderou um grupo de 20 especialistas que assessorou o presidente do EUA, Barack Obama na época da crise do Lehman Brothers, para salvar a industria automóvel. Na época, os EUA gastaram mais de 80 mil milhões de dólares para salvar a General Motors e a Chrysler, tomando conta de organizações que estavam á beira da falência.
Foi a este especialista que o Automotive News Europe dirigiu uma série de questões, deixando Xavier Mosquet no ar uma ideia mais risonha que até ao momento. Para ele, a crise de 2008 foi mais perigosa, pois foi uma crise demorada e os construtores automóveis estavam profundamente endividados e com muitos problemas colaterais que, rapidamente, os levaram ao chão. Segundo Mosquet, a crise atual surge quando as empresas estão muito mais sólidas, o que faz uma enorme diferença. Por outro lado, a crise de 2009 foi longa, levou muitos anos a passar, esta, sendo eminentemente sanitária, deverá mais aguda que crónica.
A pior notícia é mesmo o facto de ser uma crise muito profunda, porém, como lembra Xavier Mousquet, estas crises pandémicas são profundas, mas curtas, porque o fundamental da economia não é destruído.
Para o francês, os Governos vão ter um papel fundamental na saída desta crise. Tudo dependerá da sua ação em teros económicos, mas também na forma de lidar com o vírus. Para Mousquet há necessidade de ser rápido e incisivo.
“Em primeiro lugar, apoio de curto prazo para combater o desemprego permitirá que todos tenham alguns meses de alívio. Se não se der ás pessoas os recursos adequados quando os forçamos a ficar em casa, estaremos a criar uma crise social que será pior que todas as outras. Em segundo lugar, apoios através de empréstimos aos construtores é uma ótima ideia. Apesar da solidez, não há possibilidade de pagar tudo o que está em dívida sem ajuda do Estado. Em terceiro lugar, terão de regressar os incentivos à troca de carros antigos por modelos novos.”
E a União Europeia terá de reavaliar os limites de emissões de CO2, pois como diz Xavier Mousquet, “de nada vale estar a apoiar os construtores com linhas de crédito ou subsídios e depois os penalizar com multas sem sentido. Não se esqueçam que comprar carros elétricos, muito mais caros que os outros, será muito complicado numa situação de profunda depressão económica.”
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