VW Touran faz 20 anos: O que dissemos na 1ª vez que a vimos
Feliz aniversário, Touran! – Mais do que um carro de família durante 20 anos
A história de sucesso do Touran continua: A Volkswagen atualizou a popular carrinha compacta e melhorou ainda mais a sua tecnologia. A Touran celebra o seu 20º aniversário este ano e continua a impressionar. Relembramos o que se escreveu há 20 anos, na apresentação internacional do modelo…
VW responde ao segmento dos monovolumes compactos: Resposta tardia
Apostada numa estratégia de diversificação, a VW finalmente responde ao mais promissor segmento no mercado europeu, o dos monovolumes compactos.
Com a vantagem de quem chega muito depois, a VW teve tempo para estudar os argumentos dos concorrentes e, como quem faz uma súmula, concentrar os principais trunfos na sua proposta. Vejamos os sete pontos fortes do Touran, tantos quantos os passageiros que este pode transportar.
Sérgio Penas, em Málaga
Aguardado com enorme expectativa, o Touran foi finalmente apresentado na passada semana, chegando numa altura em que os seus principais rivais estão já solidamente implantados no mercado europeu. O segmento em si, foi criado pela Renault com o Scénic já em 1996, mostrando que havia uma clara apetência do mercado pela funcionalidade de um monovolume, mas contido em dimensões mais comedidas do que os “enormes” Espace, Voyager ou Sharan.
Muitas foram as marcas que foram aderindo ao novo nicho de mercado, que naturalmente ganhou com o passar dos anos uma elevada quota no mercado europeu, representando hoje mais de 1.200.000 unidades anuais. É neste segmento que a VW inicia hoje as hostilidades com o claro objectivo de destronar os líderes franceses, perseguindo uma significativa cadência de produção anual de 200.000 unidades!
Vejamos quais são os sete argumentos que o Touran tem para alcançar tão ambicioso objectivo
Os trunfos do Touran
Como qualquer outro modelo da VW, um dos seus maiores argumentos no mercado nacional é a forte imagem de marca da VW. O peso deste símbolo é forte e sem demérito pelo produto em si, muitas vezes acaba por ser um dos principais argumentos de alguns modelos da gama alemã face a um mercado onde militam propostas concorrentes tão boas ou melhores sobre diversos aspectos.
Parte desta imagem foi alicerçada sobre uma qualidade de construção bastante elevada face à média do mercado, vertente onde o Touran não desilude mostrando ser sólido e robusto como é tradicional na marca, se bem que existam alguns materiais plásticos de qualidade medíocre que recobrem a parte inferior do tablier e portas.
Como segundo argumento do Touran, escolhemos o design. Muito discreto, corre o risco de passar totalmente despercebido mas o mercado tem respondido favoravelmente aos desenho muito clássicos da VW, pelo que poderá ser um trunfo. Porém, este raciocínio pode ser pernicioso pois na realidade o Touran pouco ou nada traz de novo a um mercado que também tem sabido responder a propostas bem mais inovadoras!
Quanto ao número de lugares, a VW desde cedo entendeu que o Touran deveria rivalizar directamente com o Opel Zafira. Assim, o Touran propõe-nos cinco lugares na versão base, incluindo na lista de opcionais dois bancos individuais escamoteáveis, cujas costas constituem o piso da bagageira.
Face ao Zafira, são muito mais fáceis de armar, mas partilham o problema de serem muito pequenos e desconfortáveis para um adulto, limitando a sua utilização a crianças. Na realidade, o Touran, tal como o Zafira, tem sete lugares mas na prática a utilização dos bancos suplementares é pontual. Quem precisar de sete verdadeiros lugares tem necessariamente que recorrer ao segmento dos verdadeiros monovolumes…
Porém, o Touran representa um passo em frente em versatilidade, pelo que chegamos ao quarto trunfo. Além de 39 locais de arrumação de objectos distribuídos ao longo de todo o habitáculo, o Touran oferece três bancos centrais totalmente independentes e modulares, deslizáveis e com costas reclináveis para maior conforto, a exemplo do que sucede no Sharan.
Saltamos agora para o capítulo da mecânica, onde devemos salientar que o Touran estreia o chassis da quinta geração do Golf, assim como algumas novidades a exemplo da nova direcção assistida eléctrica e as renovadas caixas manuais de seis velocidades. Mais tarde e como equipamento opcional, surgirão mais novidades na transmissão com a estreia de uma caixa automática com também seis relações (inédita no segmento) e a caixa Direct-shift (DSG), já muito elogiada na versão desportiva do Golf, a R32.
Quanto ao motores, a comercialização inicia-se em Maio como o novo 2.0 TDI de 136 cv (ver caixa) e os já conhecidos 1.9 TDI de 100 cv e 1.6 FSI de 115 cv, este último a gasolina. Apesar de ser tecnicamente sofisticado, já com injecção directa, a verdade é que o elevado peso do Touran é mais facilmente “digerível” pelos turbo-Diesel do que pelo FSI, que evidenciou bastante mais dificuldade em situações adversas como subidas mais inclinadas.
Ainda neste capítulo há a demarcar a suspensão inédita do Touran, cujo funcionamento nos pareceu elogiável ao tornar a condução muito mais precisa do que é normal neste segmento. Porém, apesar do bom estado das estradas que percorremos, pareceu-nos que esta afinação mais desportiva diminuía o conforto de rolamento, provocando algum saltitar a bordo. Não chega a ser desconfortável pois os bancos revelam-se muito acolhedores, atenuando parte do problema, mas preferimos regressar ao assunto quando pudermos testar o Touran já em estradas nacionais.
Contudo, como em qualquer outro VW, a condução é especialmente fácil, com comandos leves e precisos. Gostámos igualmente da insonorização dos motores, pois mesmo o elevado ruído dos Diesel é significativamente atenuado no interior.
A condução é assim um dos maiores trunfos do Touran, pelo que chegamos ao último ponto a salientar, a segurança. A VW colocará de série seis airbags, controlo de estabilidade ESP e ABS com sistema de travagem de urgência. A própria plataforma é a do novo Golf, compreendendo uma série de novas soluções com vista a melhorar o desempenho dos VW nos famosos testes Euro NCAP, onde alguns rivais tem marcado preciosos pontos.
Estão assim apresentados os sete trunfos do Touran, uma proposta que reuniria todos os argumentos para poder ser a melhor opção da classe, porém com a falta de imaginação na concepção de um projecto que poderia ser bem mais ousado, a VW perde a oportunidade de trazer algo de realmente novo ao segmento, mas manda a prudência aguardar até Maio para estudar a resposta do mercado.
Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)
0 comentários