Volvo desiste de colocar capital em bolsa
A Volvo e a Geely anunciaram que desistiram dos projetos de colocar em bolsa o capital da empresa sueca, alegando as tensões comerciais do momento e a baixa de valor em bolsa da industria automóvel.
Segundo Hakan Samuelson, CEO da Volvo (que viu, entretanto, o seu contrato prolongado até 2020), “chegámos à conclusão de que este não é o momento ideal para uma OPV.” Segundo relatórios de consultoras internacionais estava em cima da mesa uma oferta pública de venda entre os 13 e os 27 mil milhões de euros. Esta renuncia não significa que no futuro não possa a Volvo voltar a esta estratégia.
Para o CEO das Volvo, as expetativas de sucesso da Oferta Pública de Venda reduziram-se muito com o forte declínio do mercado bolsistas no que toca á indústria automóvel, com o índice Stoxx 600 Autos & Parts a diminuir 15% este ano.
Porém, as dúvidas sobre o encaixe de 30 mil milhões de dólares com a OPA, já viviam nas mentes de muitos analistas, pouco crentes numa avaliação tão forte da Volvo. Arndt Ellinghorst, analista da Evercore, citado pelo Automotive News Europe, disse que “sempre expressamos as nossas reservas em relação a tão ambiciosa avaliação. Acreditamos que as guerras comerciais é apenas uma bandeira vermelha, nada mais.”
A verdade é que as tensões crescentes entre a China e os Estados Unidos da América, atingiram duramente os construtores automóveis, não só na valorização bolsista como nos preços das matérias primas. Esta situação acaba por adicionar volatilidade ao mercado, o que não ajuda nas previsões de futuro, uma das ferramentas essenciais dos construtores.
Felizmente para a marca sueca, a sua exposição a esta guerra comercial é menor, mas ainda assim as contas continuam num delicado equilíbrio. A Geely pagou 1,8 mil milhões de dólares à Ford para ficar com a Volvo, comorou a Lotus e participa no capital da AB Volvo, camiões, juntamente com a Mercedes. Um investimento massivo que necessita de ter o retorno indispensável. Samuelson refere que a Volvo terá outras fontes de financiamento, mas a verdade é que a Geely preferia continuar a investir na Volvo para que esta tenha maior penetração no mercado chinês, antes de dispersar o capital em bolsa.
A marca sueca vendeu 61 480 unidades no mercado chinês, bem menos que os rivais da Ausi, BMW e Mercedes, pelo que há trabalho a fazer nesta área. E não será através da participação na Lynk&Co e com o desenvolvimento da Polestar que a Volvo conseguirá.
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