Terceira sinfonia de Horacio Pagani está pronta e foi batizada com o nome Utopia
Os automóveis criados por Horacio Pagani são conhecidos pela sua originalidade e atenção ao detalhe e agora, depois do Zonda e do Huayra, é o momento de conhecermos o Utopia.
Com um longo histórico de criações no seu currículo, Horacio Pagani criou esta marca italiana já com objetivos muito definidos e com verdadeiras obras de arte já imaginadas. A primeira, com o nome de projeto C8, foi a que ficámos a conhecer como Zonda e a segunda, a C9, foi-nos apresentada com o nome Huayra. Mas agora, é o momento de algo novo e de marcar mais um momento histórico para a marca Pagani. O seu terceiro modelo, ou o terceito “ato”, tal como anunciado, resulta do projeto com o nome de código C10 e surge na terceira década da marca italiana. O seu nome é Utopia.
Honestamente, a primeira imagem que vimos do novo Pagani Utopia, despertou-nos uma questão semelhante a “o que foi feito a este Zonda? Quase parece uma versão cheia de acessórios”. Mas não. O Pagani Utopia é mesmo um novo modelo, ainda que idealizado e desenhado pela mesma pessoa que também criou o Zonda e o Huayra, o que traduz a presença das diversas semelhanças.
O processo de desenvolvimento do novo Utopia durou cerca de seis anos, nos quais foram criados milhares desenhos e esboços, dez modelos à escala de 1:5 e dois de tamanho real. A inspiração de Pagani surgiu de modelos como o Zonda, é certo, mas também de outros como o Porsche 911, o Mercedes-Benz SL, o Volkswagen Beetle ou mesmo a icónica Vespa, além de tantas outras coisas como objetos, edifícios ou povoações, com cores e materiais inspirados nos anos 50 e 60.
A carroçaria destaca-se pelos enormes arcos que cobrem as rodas traseiras e estão ligados por uma elipse na secção traseira que inclui um sistema de aerodinâmica ativo. Os grupos óticos dianteiros são cobertos e os traseiros parecem estar suspensos, sendo inspirados pelas turbinas dos aviões. Sempre que possível, Pagani recorreu à utilização de materiais compósitos, o que lhe permitiu uma redução de componentes em torno dos 20%.
O motor no novo Utopia continua a resultar da parceria que a marca italiana tem com a AMG, que desenvolveu um novo V12 de seis litros, sobrealimentado e consegue oferecer uma potência máxima de 864 cavalos. Ainda assim, o mais impressionante é mesmo capaz de ser o binário de 1.100 Nm, num modelo que não chega aos 1300 quilos.
O sistema de travagem em carbono foi desenvolvido pela Brembo para o novo modelo da Pagani, tal como o conjunto de pneus, que foram criados pela Pirelli para as jantes APP Tech com um diâmetro de 21 polegadas no eixo dianteiro e de 22 no eixo posterior.
E assim que são revelados alguns dos componentes da suspensão e tantos outros, percebemos onde chega a atenção ao detalhe de Horacio Pagani, uma vez que cada uma das peças usadas parece algo que gostaríamos de ter como decoração em cima da secretária.
No habitáculo do Utopia, tudo isto se torna ainda mais óbvio. Sempre que possível, cada componente tenta revelar um pouco do seu mecanismo e do seu funcionamento, tal como acontece no mundo da relojoaria. E depois, há também uma decoração e combinação de cores, que nos remete para as soluções dos objetos em pele mais usados nos anos 50 e 60, o que resulta numa verdadeira obra de arte na qual apenas um grupo reservado de clientes se poderá sentar.
A apresentação deste modelo teve lugar no Teatro Lirico de Milão, com a presença de clientes da marca, mas também de concessionários e dos trabalhadores da marca que ajudaram a desenvolver este modelo. O tema principal da noite é uma composição de Vincenzo Parisi, inspirada em pequenos momentos sonhados pelo próprio Pagani ao piano, quando era mais novo, que foi interpretada pela Orquestra Sinfónica do Conservatório de Milão nesta mesma noite de apresentação do Utopia. O trabalho de Parisi, que começou apenas com a ajuda de um gravador de cassetes e o transformou numa obra capaz de ser interpretada por uma orquestra, foi bastante elogiado por Horacio Pagani, que teve a honra de abrir o espetáculo da noite de apresentação, no palco, ao piano, e com a presença do novo Utopia em posição de destaque.
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