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Se Carlos Ghosn decide ir para França, Aliança Renault Nissan pode desmoronar

By on 2 Janeiro, 2020

A escolha do Líbano como destino para a fuga de Carlos Ghosn é lógica e faz sentido: cresceu ali, tem negócios ali, é bem visto ali e, sobretudo, não há como ser extraditado. Mas o destino final de Carlos Ghosn pode ser outro…

Recordamos que a esposa de Carlos Ghosn, Carole, é francesa e há um mês fez um apelo para que o marido, que tem cidadania francesa, fosse julgado em França. Ora, sendo cidadão francês, tendo documentos franceses, Carlos Ghosn pode entrar em França, país que tem a política comum nos países europeus de não extraditar os seis cidadãos para fora da União Europeia.

Aliás, mesmo no Líbano, onde os franceses deixaram de ter representação diplomática, a França tem a obrigação de oferecer apoio, segundo a constituição gaulesa, ao fugitivo Ghosn.

Portanto, tudo aquilo que Emmanuel Macron, acossado internamente e apostado em estabelecer os laços com os japoneses no âmbito da Aliança Renault Nissan, não precisa é de ver Carlos Ghosn a monte e a caminho de Paris.

Ora aqui está uma castanha a estalar por todo o lado que, creditamos, não vai tardar muito até estar nas mãos dos franceses. Que, desde a prisão de Ghosn há pouco mais de um ano, têm tentado andar no funicular, ou seja, respeitar a soberania japonesa e o processo, mas apoiar de forma clara um homem que é seu cidadão e esteve envolvido com a economia do país, quando esteve na liderança da Renault.

Os gauleses sabem que qualquer movimento hostil contra o Japão pode ser nefasto para a manutenção do periclitante acordo da Aliança Renault Nissan, que tem de ser protegido custe o que custar. Aliás, Jean Domnique Senard disse em entrevista ao “The Wall Street Journal” que reparar os danos na Aliança era uma questão de sobrevivência.

A queda de Ghosn expôs a paz podre vivida ao longo de duas décadas, a péssima governança da Nissan, permitindo descontrolos e desmandos absurdos e o desequilíbrio em termos de parceria entre as duas marcas. 

Carole Ghosn, mulher do brasileiro, disse ao “Journal du Dimanche” que “pensei que a França fosse um país que defendia a presunção de inocência. Todos já esqueceram o que o Carlos fez pela economia francesa e pela Renault. Não pedimos nada de extraordinário, apenas o respeito pelos seus direitos humanos, pelo seu direito de se defender e ter um julgamento justo e rápido, seja no Japão, seja em França, onde ele é um cidadão de plenos direitos.” A granada pode estar prestes a rebentar e este é mais um problema que Emmanuel Macron não desejava e que lhe pode trazer sérios problemas políticos e sociais, já que na eventualidade da queda da Aliança Renault Nissan, o descalabro económico e social será preocupante.

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