Salão de Tóquio 2019 foi, afinal, um sucesso com mais de 1,3 milhões de visitantes
Quando o AUTOMAIS desembarcou em Tóquio e, depois, foi até ao Tokyo Big Sight para visitar o Salão Internacional de Tóquio, a desilusão foi grande. Porém, mais de 1,2 milhões de pessoas visitaram o certame.
Perseguido, amachucado com críticas, o Salão Automóvel de Tóquio ultrapassou a meta do milhão de visitantes, dando razão à Toyota e a Akyo Toyoda, defensores do certame e ativos colaboradores na sua reinvenção. Convirá recordar que o patrão da Toyota é o presidente da Associação de Fabricantes de Autómoveis do Japão e nessa qualidade, convenceu todas as marcas japonesas a estarem presentes e estabeleceu a meta de um milhão de visitantes como uma bitola de sucesso para o mal amado certame, tentando inverter o hábito dos últimos anos.
A verdade é que os contributos de marcas como a Nissan – exibiu o Ariya, protótipo daquele que será o pontapé de saída para uma nova linguagem de estilo e gama de produtos elétricos – a Mitsubishi, ou ainda a Lexus, deram nova dinâmica ao salão, particularmente numa época em que os salões automóveis parecem estar em vias de extinção. A verdade é que, contas feitas aos 12 dias de exposição, mais de 1,3 milhões de pessoas passaram pelo Tokyo Big Sight, o que significa um aumento de 70% face a 2017 (o Salão de Tóquio é bienal) onde estiveram presentes 771 200 pessoas. Uma queda que começou em 2013 com 902 mil pessoas, passando para 813 500 em 2015 e os já referidos 771 200 visitantes. Ainda assim, o Salão de Tóquio está longe dos números dos anos 90, com 2,02 milhões de pessoas passaram pelo certame. Isto foi em 1991 e ficou como o recorde de assistência do Salão de Tóquio.
Este sucesso de visitantes é ainda mais espantoso porque o Tokyo Big Sight, situado na baía de Tóquio, está em obras para receber o centro de imprensa dos Jogos Olímpicos de 2020, obrigando a separar em duas naves o certame, com a Toyota, Subaru e Daihatsu a estarem distantes da nave principal, obrigando a uma caminhada de 10 minutos ou o recurso de “navetes” para chegar de um lado ao outro. Por outro lado, o certame japonês estava ferido pela ausência generalizada das marcas europeias. E descontando a Renault e a Alpine, que lá estiveram apenas para complementar o espaço onde estavam os outros membros da Aliança, a Nissan e a Mitsubishi (que ocupavam quase um pavilhão inteiro), apenas a Mercedes, a Smart e a Alpina, que não é um construtor, se fizeram representar. Muito pouco!
Faltaram marcas exóticas, marcas que têm modelos que enchem o olho aos visitantes, enfim, o Salão de Tóquio 2019 tinha tudo para ser um fracasso – em termos exibicionais, a Aliança Renault Nissan Mitsubishi foi quem mais novidades ofereceu – mas a JAMA (a ACAP dos japoneses) conseguiu reinventar o salão e dar ao público um espaço que funcionou mais como parque temático do que como exposição de automóveis.
Para isso, havia muitas atividades gratuitas para o público, exibições fora do âmbito do certame, entrada gratuita para jovens do ensino médio e autocarros para levar esses jovens ao certame. Enfim, tudo foi feito para um sucesso do certame durante doze dias, juntando a isso corridas e-Sport, demonstração de drones e corridas de drones.
No encerramento do Tokyo Motor Show, e perante os números apurados, Akyo Toyoda disse em comunicado que “certamente sentiram algo de diferente do habitual. E se ficou satisfeito com desta vez, aguarde com expetativa a edição de 2021. Gostaríamos de propor algo muito mais ousado e fora da minha imaginação daqui a dois anos!”
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