Salão de Paris: BMW Série 3 moderno e focado no condutor
O ADN da BMW tinha de regressar aos produtos da marca de Munique e é exatamente isso que os responsáveis da casa alemã reclamam para este novo e muito importante Série 3 que será lançado no dia 9 de março de 2019.
O diretor de produto do Série 3, Stephan Horn, foi muito claro ao falar sobre o modelo: “a versão base do Série 3 tem de ser o melhor em termos de comportamento no segmento.” Portanto, o sucessor do F30, denominado G20, tinha como objetivo ser líder entre os seus pares no que toca ao comportamento, num gesto que mostra como a BMW mudou bastante, passou a escutar os seus clientes e, também, a opinião dos jornalistas. Claro que em grande medida foram as vendas em queda acentuada que levaram a BMW a olhar para si e para o seu ADN e a recentrar a sua missão. Passaram cinco anos desde que a casa bávara entrou numa espiral estranha que adulterou a sua herança e a tornou algo sensaborona.
Isso mesmo deixou claro Stephan Horn quando disse “a nossa reputação foi construída em cima de automóveis que eram os mais eficazes na condução, eram os mais desportivos. O nosso carro atual é bom, mas sabíamos que podíamos fazer mais e melhor e os nossos rivais deram-mos um valente apertão!”
Curiosamente, os alvos principais do novo BMW Série 3 são o Jaguar XE e o… Alfa Romeo Giulia. O primeiro chegou ao mercado em 2015 e foi aplaudido pela imprensa mundial no que toca ao comportamento em estrada, colocando a fasquia bem lá em cima. O segundo é um automóvel fabuloso, nascido em 2016 e que tem vindo a dizimar os alemães no que toca a itens como o comportamento em estrada. Infelizmente, perde para esses mesmos alemães em outras áreas, mas parece que incomodou, de forma evidente, os homens da BMW.
Mesmo assim, durante a apresentação do carro, o responsável pelo produto quis desvalorizar a rivalidade com a Alfa Romeo, dizendo que o Série 3 tem de ser brilhante no comportamento quando o puxamos ao limite, mas igualmente brilhante quando precisamos dele para fazer uma viagem longa. Era impossível para a BMW fazer um carro que está sempre a desafiar-nos a explorar os limites ou que seja apenas bom em pista. A nossa faixa de clientes é muito mais larga do que a de qualquer rival.”
Um tudo nada deselegante estas afirmações sobre um rival, inesperado, que, literalmente, atropela o atual Série 3 em qualquer aspeto e que é capaz de ser um automóvel muito agradável de utilizar em viagem. Tivesse a Alfa Romeo o poder da BMW e as coisas poderiam ser muito diferentes.
O novo Série 3 tem como plataforma a mesma base do Série 5 e 7, pelo que é um pouco mais largo, leve e seguro que o anterior modelo. As vias estão significativamente mais largas com a BMW a manter o sistema McPherson na frente e um eixo independente multibraços na traseira. Há um novo sistema de amortecimento passivo com novas molas que lida melhor com o mau piso e com a postura em curva, com maior controlo dos movimentos da carroçaria. A direção foi, igualmente, modificada para oferecer mais sensibilidade e ser mais direta e rápida. A carroçaria e o chassis estão mais rígidos e o centro de gravida voltou a baixar, condição essencial para um excelente comportamento, juntamente com uma repartição de massas de 50/50.
Para ajudar ao comportamento, a BMW oferece várias opções como a suspensão M Sport, mais dura e que rebaixa o carro, a suspensão M Adaptative com amortecedores pilotados, direção desportiva variável, travões M Sport, diferencial autoblocante M Sport, enfim, uma série de opções que melhoram o comportamento e a utilização do novo Série 3.
No que toca ás motorizações, existem seis variantes diferentes no lançamento: blocos de 4 cilindros a gasolina e a gasóleo e seis cilindros diesel, com potências entre os 150 e os 265 CV, consumos entre os 4,2 e 5,8 l/100 km e emissões de CO2 entre 112 e 132 gr/km. Haverá uma versão 4×4, a 320d xDrive (com consumo de 4,5 l/100 km e emissões de 118 gr/km. Mais tarde chegará o M3 e versões M Performance, além do inevitável modelo híbrido Plug In.
O novo Série 3 exibe uma linguagem de estilo renovada, nomeadamente, na frente e na traseira, mantendo a imagem de sempre naquele estilo “matrioska” que impede a separação absoluta entre um Série 3, 5 e 7. Seja como for, o carro está mais aerodinâmico, com a parte inferior a ser mais trabalhada com a presença das cortinas de ar. Há cinco pacotes de equipamento – Advantage, Sport Lne, Luxury line e M Sport – e em termos de tecnologia, o novo Série 3 exibe luzes dianteiras “Full Led”, farolins traseiros em LED escurecidos e há, ainda a possibilidade de contar com as luzes adaptativas BMW Laserlight e faróis de nevoeiro LED.
No interior, voltou a ser dada primazia ao condutor, tal como foi nos tempos do E30 e do E36, com controlos mais fáceis de utilizar e mais intuitivos. Reclama a BMW que há mais espaço na altura dos cotovelos nos bancos da frente, melhorias na visibilidade para trás e mais espaço para as pernas no banco traseiro. A bagageira tem 480 litros de capacidade com o rebatimento do banco traseiro a fazer-se na proporção 40/20/40. Destaque, ainda, para o novo volante com botões multifunções e também novo desenho da consola central, que inclui o controlo do iDrive, o botão de ligar e desligar o motor e o comando do “Driving Experience Control”, além do novo travão de mão elétrico.
A BMW apostou muito na tecnologia e o Série 3 tem uma longa lista de ajudas à condução. Aviso de colisão com peões com travagem autónoma, aviso de transposição de faixa e cruise control automático, tudo de série. Como opcional está o “Driving Assistant Professional” que engloba o cruise control ativo com função Stop & Go, assistente de controlo da transposição inadvertida de faixa, com controlo autónomo da direção, proteção de colisão lateral, ajuda á evasão em caso de acidente, alerta para tráfego quando na saída de estacionamento, aviso de contra mão e, ainda, um a nova geração de “Head Upe Display”.
No que toca á conectividade, existe um novo sistema BMW Inteligent Personal Assistant, integtrado no carro e que funciona um pouco como o Mercedes MBUX. Responde aos comandos por voz, fala com o condutor e os ocupantes e pode realizar diversas tarefas. Os ecrãs são de diversos tamanhos. O painel de instrumentos passa para 5,7 polegadas e o do sistema de info entretenimento para 8,8 polegadas. O BME Live Cockpit Professional oferece um painel de instrumentos totalmente digital com 12,3 polegadas e um ecrã para o sistema de entretenimento com 10.25 polegadas, totalmente personalizáveis. O carro tem um novo sistema operativo, o BMW Operating System 7.0.
O BMW Connected e o BMW Connected Drive viram a sua gama de serviços ser ampliada de forma evidente, permitindo, também, que o carro se atualize sozinho com o software de atualização remota instalado em todos os Série 3. Surge também a chave digita de acesso, a BMW Digital Key, que engloba várias funções.
A gama será, então, composta pelos 318d, 320d, 330d, 320d xDrive, 320i e 330i. Chega ao mercado em março do próximo ano.
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