Responsável da Continental admite envolvimento no Dieselgate
O caso remonta a 2015, mas os seus ecos ainda se fazem ouvir. Recordamos que tudo começou com a descoberta de um dispositivo de fraude, instalado no sistema de central de comando dos veículos, que conseguia detetar quando o carro estava em laboratório ou em estrada, graças a um sensor localizado na direção e que indicava se as rodas eram ou não acionadas. Se estivessem paradas, o sistema sabia que o carro estava em laboratório, se mexessem muito, era sinal que o veículo estava em estrada. Na primeira situação, os sistemas funcionavam todos e no máximo das suas possibilidades, na segunda, desligavam-se para promover a performance.
Nos Estados Unidos, onde a marosca foi descoberta, as coisas correram muito mal e a Volkswagen admitiu em 2015 que tinha feito batota e instalado em centenas de milhares de veículos com um dispositivo fraudulento que permitia cumprir as rigorosas normas de emissões, particularmente de NOx, norte-americanas. Milhares de carros foram recolhidos e pesadas multas foram pagas. Outras marcas foram também apanhadas e tiveram de pagar multas.
O caso manchou o bom nome da marca, mas na sexta passada ficamos a saber que a lista de envolvidos poderá ser ainda maior. Segundo a Reuters, um responsável técnico de projetos da Continental admitiu o seu envolvimento no escândalo do gasóleo da Volkswagen e incriminou outros arguidos. Em novembro de 2021, o Ministério Público alargou as suas investigações sobre o escândalo da Volkswagen aos antigos gestores de topo da Continental.
O indivíduo cuja identidade não se conhece admitiu ter conhecimento e estar envolvido na utilização ilegal dos dispositivos de fraude nos veículos a gasóleo da Volkswagen. No total, 60 pessoas estão a ser investigadas por cumplicidade em fraude, abuso de confiança e cumplicidade em abuso de confiança, segundo o Ministério Público.
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