Renault pode enfrentar processo sobre irregularidades no controlo de emissões
Uma investigação sobre alegadas fraudes com emissões de modelos da Renault, pode desaguar num processo judicial.
Um relatório técnico confirmou que alguns dos motores diesel da casa francesa foram configurados para emitir mais poluentes, fora dos testes oficiais, informou o jornal Le Monde na passada segunda feira. Esta investigação foi espoletada pelo Dieselgate, em 2015. Com a Volkswagen a admitir ter equipado os seus motores com dispositivos ilegais, vários estados europeus lançaram investigações sobre outros construtores. Segundo essas investigações, modelos da Opel, Renault e Fiat Chrysler, foram encontrados valores de emissões de NOx (óxido de nitrogénio), em testes reais, 10 vezes acima dos limites, e o uso generalizado de dispositivos que reduzem ou desligam o tratamento de emissões poluentes.
Convirá recordar que os procuradores franceses abriram processos criminais á Volkswagen, PSA Group e Fiat Chrysler Automobiles, entre 2016 e 2017, estando ainda a cumprir os tramites processuais.
A Renault, convidada a comentar esta situação, referiu através de um porta voz, que não comenta os recentes relatórios, porque não encontrou os alvos do mesmo. Segundo o mesmo porta voz, “os veículos da Renault não estão equipados com dispositivos de derrota e são homologados em conformidade com os regulamentos em vigor.”
A verdade é que os estudos levados a cabo pelo ISAT, um instituto francês de pesquisa, confirmaram que no passado foi encontrado nos motores dos modelos Clio e Captur, um software que desativa uma das formas de controlo de emissões fora dos limites de temperatura utilizados nos testes oficiais. Além disso, alegadamente, o filtro NOx não faz os ciclos de limpeza abaixo de 50 km/h, de acordo com o Le Monde. Sem essas purgas periódicas, os filtros ficam entupidos e ineficazes.
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