Sinistralidade Rodoviária: Menos mortes, mais acidentes
Sinistralidade: 2023 viu 36.595 acidentes com vítimas em Portugal

Relatório de Sinistralidade Rodoviária: ‘mesmos’ acidentes, menos mortos, mais feridos graves

By on 1 Fevereiro, 2024

Estando contabilizados os primeiros 10 meses de 2023, entre janeiro e outubro de 2023 registaram-se em Portugal 30.738 acidentes com vítimas, 421 vítimas mortais, 2.254 feridos graves e 36.013 feridos leves no Continente e nas Regiões Autónomas. Em relação a 2019 – ano de referência para monitorização das metas de redução do número de mortos e de feridos graves até 2030 fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal – registaram-se menos 177 acidentes (-0,6%), menos 19 vítimas mortais (-4,3%) e menos 1.384 feridos leves (-3,7%). Contudo, apuraram-se mais 104 feridos graves (+4,8%).

No Continente, nos primeiros dez meses de 2023 registaram-se 29.399 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 410 vítimas mortais, 2.071 feridos graves e 34.499 feridos leves.

Comparando com o período homólogo de 2013, a tendência crescente foi visível nos feridos graves (+26,9%) e nos acidentes (+18,3%). No entanto, o número de vítimas mortais decresceu (-3,3%), tal como índice de gravidade (-18,2%). Apesar do parque automóvel estar muito envelhecido, mesmo um carro do meio da década de 2000 é bastante mais seguro que o seu equivalente de 10 anos antes.

É algo totalmente impossível de suceder, mas se a idade média dos veículos passasse para 5 anos de um ano para o outro, as consequências dos acidentes em todos os parâmetros caíram brutalmente.

O facto das pessoas não terem, em grande parte, acesso a carros mais modernos, logo mais seguros, reflete-se fortemente nos números.

Comparativamente a 2019, os acidentes, as vítimas totais e os feridos leves apresentaram resultados decrescentes: menos 236 acidentes (-0,8%), menos 1.306 vítimas (-3,4%) e menos 1.436 feridos leves (-4,0%), tendo os números de vítimas mortais e de feridos graves aumentado (+13 e +117, respetivamente, correspondendo a +3,3% e +6,0%).

Comparativamente com o período homólogo de 2022 observaram-se, exceto no índice de gravidade, aumentos em todos os indicadores: mais 1.936 acidentes (+7,0%), mais 19 vítimas mortais (+4,9%), mais 133 feridos graves (+6,9%) e mais 2.268 feridos leves (+7,0%). De salientar que, relativamente a 2022, de janeiro a outubro de 2023 tem vindo a registar-se um aumento da circulação rodoviária com o correspondente acréscimo no risco de acidente, como se pode concluir do aumento de 7,1% no consumo de combustível rodoviário até outubro de 2023, de acordo com dados da Direção-Geral de Energia e Geologia[3].

A colisão foi a natureza de acidente mais frequente (52,9% dos acidentes), com 38,5% das vítimas mortais e 46,0% dos feridos graves. Os despistes, que representaram 34,4% do total de acidentes, corresponderam à principal natureza de acidente na origem das vítimas mortais (49,8%).

O número de vítimas mortais fora das localidades (210) foi superior ao apurado dentro das localidades (200). Comparativamente com os períodos homólogos de 2019 e 2022, verificou-se aumento das vítimas mortais dentro das localidades (+5,3% e +13,6%, respetivamente). Fora das localidades, registou-se um aumento ligeiro face a 2019 (+1,4%) e uma diminuição comparando com 2022 (-2,3%). O índice de gravidade dos acidentes fora das localidades ascendeu a 3,49 nos primeiros dez meses de 2023 (3,24 e 3,59 nos períodos homólogos de 2019 e 2022, respetivamente), enquanto dentro das localidades situou-se em 0,86 (0,82 em iguais meses de 2019 e 2022).

Quanto ao tipo de via, 62,9% dos acidentes ocorreram em arruamentos, correspondendo a 31,0% das vítimas mortais (-2,3% e +5,8%, em relação aos períodos homólogos de 2019 e 2022) e a 45,6% dos feridos graves. Nas estradas nacionais, ocorreram 19,9% dos acidentes, com 32,4% das vítimas mortais (+9,9% e +4,7% face aos períodos homólogos de 2019 e 2022) e 31,5% dos feridos graves. Nas autoestradas, apuraram-se menos10 vítimas mortais e menos 4 feridos graves face a 2019. Comparando com 2022, houve menos 4 vítimas mortais e menos 17 feridos graves.

No que respeita à categoria de utilizador, considerando as vítimas mortais, 71,7% do total eram condutores, enquanto passageiros e peões corresponderam a 16,1% e 12,2%, respetivamente. Em termos de variações homólogas, nas vítimas mortais verificaram-se diminuições nos passageiros face a 2019 e 2022 (-14,3% e -15,4%, respetivamente) e nos peões (-13,8% e -3,8%, pela mesma ordem). Nos condutores, registaram-se aumentos nas vítimas mortais face aos dois períodos homólogos (+12,2% face a 2019 e +12,6% face a 2022), a par de subidas também nos feridos graves.

· Em relação à categoria de veículo interveniente nos acidentes, os automóveis ligeiros corresponderam a 70,4% do total, com uma diminuição de 6,6% face a 2019, mas um aumento de 6,6% relativamente a 2022, sendo ainda de referir as subidas verificadas nos motociclos (+25,2% face a 2019 e +15,1% comparando com 2022) e nos velocípedes (+37,8% e +9,0% perante os mesmos anos). De realçar que os ciclomotores e os veículos agrícolas envolvidos em acidentes reduziram 25,3% e 13,5%, respetivamente, face a 2019.

· Considerando as vítimas totais por categoria de veículo, verificou-se, no período em análise, que 53,4% do total de vítimas deslocava-se num veículo ligeiro (-11,1% e +5,1% face a iguais períodos de 2019 e 2022, respetivamente), enquanto 22,0% circulava em motociclos (+25,6% e +16,4% face a 2019 e 2022, respetivamente) e 7,5% em velocípedes (+42,0% e +11,1% comparando com os mesmos anos). Salienta-se a descida de 13,5% nos peões vítimas face a 2019, apesar da subida de 4,5% face a 2022.

· Entre janeiro e outubro de 2023, 52,0% do número de vítimas mortais registou-se na rede rodoviária sob a responsabilidade das seguintes entidades gestoras de via: Infraestruturas de Portugal (44,6%), Brisa (5,1%) e o Município de Loulé (2,2%). Verificou-se que 52,9% das vítimas mortais decorreram de acidentes nas vias da rede rodoviária nacional (8,3% na rede concessionada para além da IP), cabendo às vias sob gestão municipal a proporção de 47,1%.

FOTO Freepik

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