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Regresso ao passado: Peugeot 205 GTI

By on 23 Abril, 2020

Cada vez mais valorizado, o 205 GTI será dos carros mais icónicos da Peugeot e um dos que a casa francesa mais e orgulha. Um carro que me oferece excelentes memórias e que me irrita pois não consigo ter um na minha garagem.

O 205 GTI foi lançado em 1984, cerca de um ano depois de lançada a gama 205. Conheceu diversas evoluções: em 1985 recebeu suspensões mais suaves (alguns queixaram-se que o carro era duro), em 1986, uma mudança na cabeça do motor e na cambota ofereceu potência extra (de 105 para 115 CV), nasceu uma versão descapotável nesse ano (CTI), desenhada por Pininfarina e no final de 1986, era lançada a versão de 130 CV com o famoso motor XU9 de 1905 c.c. com a mesma injeção Bosch L-Jetronic. Tinha travões de discos nas quartro rodas.

Contrariamente ao que ficou como “mito urbano”, o 205 GTI não era um carro mal construído, apesar dos plásticos interiores serem de menor valia e da chapa mais parecer folha de flandres, o que leva o 205 GTI a parecer muito mais desgastado do que na realidade está. Habitualmente há a necessidade de trocar muitas peças da carroçaria, mas um 205 GTI se for mantido raramente dá problemas.

Terá de cuidar do interior (estraga-se com facilidade) e dos bancos que, como em todos os carros desta época, têm forte tendência para rasgar o revestimento. Os bancos do 1.9 GTI têm parte em couro pelo que são mais fáceis de reparar. Os motores XU têm a tendência, com o acumular de quilómetros e caso não sejam cuidados, de sofrer problemas nas sedes das válvulas. Quanto á caixa de velocidades, merece uma reparação, pois os quilómetros passam fatura com desgaste. Os rolamentos das rodas também são uma das fragilidades do 205.

O 205 GTI 1.6 era já um carro rápido, mas a versão mais desejada é o 205 GTI 1.9, carro capaz de chegar dos 0-100 km/h em 7,8 segundos. A Peugeot colocou quatro discos de travão, mas não melhorou a tubagem o que criou alguns problemas, principalmente no para arranca citadino.

Curiosamente, o 205 era um carro que na época era toda galvanizado, mas vá lá saber-se porque, nem todas as unidades tinham a mesma proteção e há exemplares que exibem ferrugem e corrosão. Depende do ano e da altura do ano em que o carro foi fabricado. Por isso, verifique portas, embaladeiras, suporte dos faróis e o fundo do carro.

Recordo-me de ter andado com vários 205 GTI, tanto 1.6 como 1.9 e a memória é sempre a mesma: um carro super eficaz. Funcionando melhor a altas rotações, o motor brinda-nos com um som melodioso e uma “genica” bem-vinda. A caixa é curta e rima de forma perfeita com o motor, sendo rápida e suave na utilização. Mas o melhor é mesmo o chassis, pois tem uma motricidade fantástica e uma agilidade que impressiona. Porém, no limite, o eixo traseiro começa a ganhar vida e é necessária alguma habituação. A direção é direta e comunica connosco até porque nas versões iniciais não há assistência. Uma sensação que quem nunca experimentou um carro com mais de 30 anos é capaz de apreciar. A versão 1.9 litros já tinha direção assistida. 

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