PSA nega que fusão com a FCA esteja em risco devido às consequências do Covid-19
O PSA Group sentiu a necessidade de confirmar que o projeto de fusão com a Fiat Chrysler Automobile (FCA) não está em causa devido às consequências do Covid-19.
Tudo porque os media franceses lançaram a noticia que o acordo poderia estar em risco devido à crise económica que se vai juntar à crise sanitária, com ambas as empresas a perderem muito do seu valor bolsista.
Segundo fontes citadas pela agência France Press, a crise do Coronavírus levantou questões financeiras, sendo que o acordo inicial de partes iguais entre os dois grupos teria de ser revista com a atual situação.
A verdade é que a PSA e a FCA assinaram um memorando de entendimento em dezembro de 2019 e afirmaram que a fusão se daria no espaço de 12 a 18 meses. As equipas de ambos os lados têm estado a trabalhar arduamente para satisfazer todos os tramites legais, cumprir com todas as normas anti cartel das diversas autoridades dos dois países, mas não se encontram nem falam muito entre eles, devido a regras comunitárias.
Os termos finais dizem que os acionistas da FCA receberão um dividendo extraordinário de 5,5 mil milhões de euros, enquanto as acionistas da PSA, receberão 46% da Faurecia, fornecedor de peças controlado pela PSA e da qual fez o “spin off” para permitir esta distribuição de capital.
Esta é a questão mais sensível, nesta altura, pois os construtores querem preservar a liquidez nesta crise complicada que levou à paragem quase total do mercado. E como a economia vai mergulhar numa recessão como nunca se viu, vai ser preciso receber dinheiro dos Estados para cobrir as despesas. A pergunta é simples: se a FCA e a PSA apelarem ao Estado para os ajudarem, como é que é possível depois pagar dividendos daquele calibre?”
A FCA não comentou os rumores, mas a PSA sentiu a necessidade de lançar um comunicado esclarecendo que neste ambiente difícil em que estamos a viver, “é inapropriado estarmos a especular sobre modificações no acordo já feito. Estamos totalmente ficados na proteção dos nossos colaboradores e da nossa empresa. Estamos a tomar as decisões necessárias para assegurar a sustentabilidade do grupo. Mais do que nunca, esta fusão faz todo o sentido e por isso as nossas equipas continuam a trabalhar com o mesmo compromisso.”
Recordamos que as duas empresas tinham uma capitalização bolsista de 42 milhões de euros, com a FCA a valer ligeiramente mais que a PSA, dai os dividendos especiais para tentar nivelar a operação. Porém, as ações da FCA caíram de 15 para 7 euros, valendo, agora, 10,5 mil milhões de euros, enquanto que os títulos da PSA recuaram dos 23 para os 12 euros, valendo, nesta altura, 11,2 mil milhões de euros, com a Faurecia a valer, agora, menos um terço. Há multas por não cumprimento do memorando de entendimento: 500 milhões de euros em caso de mudança de opinião dos conselhos de admi istração e 250 milhões de euros no caso de não ser possível votação dos acionistas até 31 de março.
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