PSA ameaça fechar fábrica de Ellesmere Port se o Brexit colocar em causa os lucros
O PSA Group já encontrou uma fábrica fora do Reino Unido para produzir o Opel Astra, caso as condições no Reino Unido se deteriorem com os desenvolvimentos do Brexit.
Foi Carlos Tavares, CEO do PSA Group quem, em declarações ao Financial Times, deixou claro que “há uma alternativa a Ellesmere Port para produzir o Astra.” A ameaça não podia ser mais direta: se Boris Johnson quiser levar por diante o Brexit de qualquer maneira, o grupo francês fecha a fábrica britânica e leva tudo para o Sul da Europa, onde Carlos Tavares já encontrou local para produzir o modelo da Opele da Vauhxall.
“Francamente, preferia deixar o Astra em Ellesmere port, mas se as condições forem más e deixe de ser lucrativo produzir ali, tenho de proteger o resto da companhia e sair de lá” completou o português, declarações que vêm na esteira daquilo que Carlos Tavares já tinha referido quando lembrou que um Brexit sem acordo “é uma hipótese que não deve ser considerada sequer.”
Recordamos que em junho, a PSA anunciou que seria a unidade de Ellesmere Port a fábrica escolhida para produzir o novo Astra a ser lançado em 2021. Para isso, iria ser feito um avultado investimento para preparar a fábrica, dependendo esta escolha e este investimento das negociações do Brexit.
Caso a ameaça seja concretizada, a unidade de produção localizada perto de Liverpool não terá outro destino que não seja o fecho e colocará mais de um milhar de pessoas no desemprego. Esta que é uma das fabricas mais antigas da Vauxhall/Opel, tendo aberto portas em 1962, tendo recebido a produção do Astra em 1981.
Dentro do Reino Unido, esta é a fabrica mais exposta ao Brexit, já que 80% da produção é para exportação e 75% dos componentes que utiliza são importados da Velho Continente.
Contas feitas, Boris Johnson tem mais uma dor de cabeça com esta ameaça da PSA, depois da Honda já ter dito que vai fechar as suas fábricas e a Nissan pode estar a caminho de fazer o mesmo. Veremos se esta determinação do novo primeiro ministro britânico em tirar o Reino Unido da União Europeia com ou sem acordo vai mesmo para a frente. Isto porque sem acordo, será espoletado um aumento de taxas e de impostos que afugentará tudo o que é empresa exportadora. Avizinham-se tempos difíceis para o Reino Unido, ainda por cima com um líder que não está a medir as consequências dos seus atos.
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