Produção do Volkswagen mais conhecido do planeta teve início há 78 anos
Não há ninguém que não conheça o Carocha, ou o Volkswagen Beetle, ou Bug. É um dos modelos mais icónicos do mundo e que soma mais de 21 milhões de unidades produzidas, mas também uma produção em série com um histórico que completará este ano o seu 78º aniversário.
Ao longo deste tempo, o Volkswagen Beetle contou apenas com três gerações, sendo que a primeira da versão “original” esteve em produção até ao final de julho de 2003, na linha de montagem da fábrica de Puebla, no México. E para recordar um pouco da história deste modelo, é a própria Volkswagen que divulga alguns dos pormenores mais interessantes da sua história e que muitas pessoas podem nem sequer conhecer.
Até ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, apenas 630 unidades do “carro do povo” conhecido como o “KdF-Wagen” tinham sido construídas, fruto da escassez de material consequente do pós-guerra. A fábrica, que viria a tornar-se na atual unidade fabril sedeada em Wolfsburgo, havia sido destinada à produção da indústria de variado armamento militar alemão no tempo da guerra. O local foi ocupado pelas tropas dos Estados Unidos no dia 11 de abril de 1945. Em junho de 1945, o Governo Militar Britânico assumiu tutela da fábrica, incluindo a totalidade dos seus 6.000 trabalhadores.
No dia 22 de agosto de 1945, o recém nomeado Diretor, o Major Ivan Hirst de 29 anos, recebeu um pedido inicial de 20.000 veículos, proporcionando-se a continuidade da fábrica e um novo futuro para os seus colaboradores. Este contexto foi decisivo para o término da ameaça da descontinuidade e consequente desmantelamento da fábrica.
Os veículos foram destinados principalmente para serem usados pelos Aliados no período da “Ocupação”, mas também para ajudar a fornecer serviços de cuidados de saúde nas zonas rurais. A produção média mensal foi de cerca de 1.000 veículos no período de 1946- 1947. Apenas depois da reforma monetária, em junho de 1948, começou a surgir um número significativo de compradores particulares.
As raízes britânicas da Volkswagen são ainda hoje evidentes. Foram os britânicos que converteram a fábrica numa unidade de produção de veículos destinados à população civil, incidindo o caderno de encargos na garantia da qualidade dos mesmos. Prestaram particular atenção ao serviço e satisfação das necessidades dos clientes e criaram uma rede de concessionários que, em 1948, já abrangia todas as três zonas ocidentais da Alemanha. O início das exportações em outubro de 1947 marcou um primeiro passo para a internacionalização. As primeiras eleições da Comissão dos Trabalhadores aconteceram em novembro de 1945, apenas seis meses após o final do conflito mundial, tendo sido introduzidos os princípios da participação democrática dos empregados na gestão da fábrica. Em outubro de 1949 a companhia Volkswagenwerk GmbH começou a ser gerida por responsáveis alemães, passando a ocupar a “pole-position” no início do milagre económico da Alemanha.
O Dr. Manfred Grieger, Diretor da Volkswagen Aktiengesellschaft do Departamento Corporativo Histórico, resume: “A Volkswagen teve muita sorte com o facto do robusto Beetle ter servido para ajudar o Governo Militar Britânico a desempenhar as suas funções administrativas, bem como com o facto de ter encontrado em Ivan Hirst o homem certo para dirigir a organização. O hábil e pragmático britânico deu à fábrica e aos seus colaboradores uma visão, motivando igualmente os militares britânicos e os trabalhadores alemães para transformar a débil capacidade produtiva num bem-sucedido negócio orientado para o mercado. O Ivan Hirst conhecia as qualidades do Volkswagen Saloon e foi capaz de as traduzir no mercado“.
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