Primeiro ensaio Nissan Serena e-Power: agradável surpresa
Chamar primeiro ensaio á curta ida do hotel Grand Nikko Daiba até ao centro da zona da baía de Tóquio, é mais ou menos como eu ter chamado diário às histórias da minha ida ao Japão, publicadas erraticamente.
Infelizmente, o mau tempo que se abateu sobre a zona de Tóquio no dia em que estava previsto o ensaio a vários modelos, entre eles o Serena e o Note com motor e-Power, alterou a agenda. Tenho de destacar o esforço feito pela Nissan para colocar á nossa disposição, alguns modelos para ensaiar.
Lá foram alguns voluntários levar ao hotel algumas unidades do Serena e do Note, um engenheiro da Nissan – que tinha estado em França a trabalhar – para nos explicar como funciona a motorização E-Power estava numa sala á nossa espera e alguns técnicos voluntariaram-se para nos acompanhar.
No total terei feito 10 quilómetros com o Serena e com o Note. Convirá lembrar que esta motorização já existe há algum tempo no Japão e que a breve trecho virá para a Europa. Como e quando… eu sei, mas infelizmente os responsáveis da Nissan pediram que não divulgássemos essa informação. Posso dizer-lhe que não vai demorar muito…
Como funciona o E-Power?
O veículo elétrico tem um motor elétrico, um inversor e uma bateria. Já um híbrido convencional utiliza um motor térmico, um gerador, um inversor e uma bateria. No primeiro, é o motor elétrico que alimenta as rodas, no segundo, as rodas são movidas pelos dois motores. No sistema E-Power, há um motor térmico que está acoplado a um gerador que alimenta uma bateria que tem um inversor que alimenta o motor elétrico, responsável por mover as rodas.
Ou seja, é um sistema de propulsão elétrica puro e duro, que conta com um motor térmico para assegurar energia suficiente para manter o motor elétrico a funcionar. O motor de combustão interna (MCI) é um bloco de 1.2 litros com 79 CV e 103 Nm de binário. Já o motor elétrico tem 109 CV e 254 Nm. Contas feitas e porque o motor térmico não influencia o movimento, o sistema tem 79 CV e 103 Nm de binário. É alimentado por uma bateria de 1,5 kWh que não oferece mais de 2 quilómetros de autonomia puramente elétrica. O carro arranca, sempre, em modo elétrico e oferece uma autonomia próxima dos mil quilómetros. Quanto a consumos, o custo de alimentar o gerador e o motor elétrico e carregar a bateria, fica nos 3,8 l/100 km com emissões inferiores a 95 gr/km de CO2.
O Serena tem o mesmo sistema, mas com mais potência no MCI (85 CV) e no motor elétrico (135 CV) e uma bateria maior, no caso com 1,8 kWh. Isto porque é um carro maior e capaz de transportar sete pessoas, ao passo que o Note é mais pequeno.
Ambos estão equipados com três modos de condução – Eco, S (Special) e Charge (carregamento) – que permite gerir o sistema. O modo Eco força a exploração total do sistema, mas cm menor regeneração, o modo S (de Special e não Sport) permite que o acelerador se torne num “e-pedal” tal como existe num Leaf, com grande capacidade de regeneração e o modo de carga, faz com que o motor térmico esteja sempre a funcionar para recarregar a bateria e permitir usar esta em várias situações.
Este é o sistema para o Japão, para a Europa, o E-Power terá um motor térmico maior (provavelmente o motor 1.4 litros da Aliança) e uma bateria maior. Pressionado, Massako Takaona, o engenheiro que veio nos explicar o sistema E-Power, confirmou que a bateria para a versão europeia, que está praticamente pronta, terá uma bateria bem maior entre os 7 e os 10 kWh, que poderá autorizar uma autonomia superior em redor dos 10 km.
Como é ao volante?
O que posso dizer após um ensaio tão curto? Fechei os olhos e pensei que estava dentro do Leaf. O arranque é feito em modo elétrico e o impulso inicial é igualzinho ao de um Leaf. Depois, o sistema vai gerindo os elementos que dispõe, com o carro a ser verdadeiramente silencioso – e o Serena é um carro japonês com menor insonorização como ficou provado ao volante do Note – e a ter um comportamento realmente semelhante a um veículo elétrico.
A vantagem, como me explicou um dos engenheiros da Nissan, reside nos custos mais reduzidos que um elétrico, na bateria de pequenas dimensões, que não interfere na habitabilidade e no comportamento, pois não eleva o peso de forma sensível.
Enfim, o E-Power pode ajudar a resolver alguns dos problemas dos modelos elétricos, com uma solução simples e que tem muitos pontos de contacto com os modelos elétricos como o “e-pedal”, o arranque em modo elétrico e a capacidade de aceleração. Com um custo contido de combustível e baixas emissões. Um sistema inteligente que poderá ser importante para o futuro da Nissan na Europa. Gostei muito de experimentar o Serena e o Note com esta motorização e acredito que fique muito bem em modelos como o novo Juke e o futuro Qashqai.
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