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Pneus: Carros elétricos vão mudar como os usamos

By on 28 Abril, 2024

A entrada em cena dos carros elétricos motiva uma mudança de realidade. A forma como usamos os carros muda e como eles funcionam também muda. As vantagens dos carros elétricos começam a ser comprovadas, quer ao nível da economia, quer ao nível do impacto a longo prazo no meio ambiente. Mas há pormenores para os quais deve estar ciente quando pensar comprar um elétrico, ou que começa a notar, caso já tenha adquirido um.

Subvalorizados, mas muito importantes

Os pneus são provavelmente a peça mais subvalorizada de um carro. Toda a melhor tecnologia do mundo automóvel depende de quatro pedaços de borracha redondos. Os pneus são essenciais para a grande maioria dos meios de transporte terrestres, mas são muito pouco valorizados.

O mercado total dos pneus vale 46 mil milhões de euros, sendo altamente competitivo, muito suscetível à variação de preços da matéria-prima e muito dependente do tipo de uso que os consumidores fazem dos seus produtos. De 2017 a 2023, o mercado dos pneus na Europa apenas subiu 5,2% e espera-se uma subida de 0,8% até 2027, segundo dados apresentados pela CNBC, numa reportagem sobre o tema.

Elétricos vão mudar o mercado dos pneus

Mas o cenário poderá mudar radicalmente com a entrada em força dos EV no nosso dia a dia. Os pneus, apesar de parecerem todos iguais, estão longe de o ser e os pneus usados para os veículos elétricos são diferentes. Por quê? Porque as exigências são também diferentes. Os carros elétricos são mais pesados, o que aumenta o desgaste dos pneus.

Os elétricos têm binário instantâneo que torna as acelerações mais exigentes e desgastantes para as borrachas. E logo aqui temos um fator diferenciador: os pneus dos elétricos vão durar menos que os pneus dos veículos com motores térmicos. Mais ainda: a diferença entre um pneu pensado para um elétrico (com menor resistência ao rolamento) e um pneu normal pode ser a diferença de até 15% da autonomia numa carga. Olhando para um carro com uma autonomia de 400km, 15% equivale a 60km. Num meio citadino, segundo recentes estudos, equivale a mais de um dia de deslocações (alguns estudos apontam para uma média de 45km /dia).

Para as marcas de pneus, é um novo mundo que se abre, podendo permitir mais volume de negócio no futuro. A investigação em pneus de nova geração continua, o que significa que os pneus para os carros com motor térmico deverão ver um desinvestimento na pesquisa e desenvolvimento.

Novas propostas dos fornecedores de pneus

Assim, a forma como vê os pneus terá de mudar. Segundo a mesma reportagem da CNBC, metade dos consumidores não liga à marca de pneus que coloca no carro, sendo o preço o fator diferenciador, algo que é comum acontecer no nosso círculo de conhecidos. Nos carros elétricos, a mentalidade poderá ter de mudar. As marcas preparam-se para fornecer pneus para elétricos mais duráveis, pelo que no futuro poderá ter de escolher um pneu que seja resistente, mas que lhe permita fazer mais quilómetros. Assim, a escolha poderá deixar de ser feita apenas pelo valor final do investimento.

Mas uma coisa parece inevitável. Deverá pagar mais pelos pneus. Não só porque os carros são mais pesados, mas também porque a tendência é termos tamanhos de rodas maiores, com rodas de 18, 19 até 21 polegadas, com a tendência a mostrar que os tamanhos podem subir ainda mais. Pneus maiores serão inevitavelmente mais caros. Além disso, os novos pneus serão inteligentes, permitindo analisar em tempo real, pressões, temperatura e o rasto que o pneu ainda tem. Essa tecnologia vai inevitavelmente ter custos.

Claro que estes custos poderão ser diluídos pela poupança que faz no consumo energético. Mas é um fator que deverá ter em conta no futuro, quando optar por um EV.

Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)