Parque automóvel português continua a envelhecer; ACAP propõe incentivo ao abate
Apesar do crescimento de automóveis matriculados em 2023 comparativamente ao ano anterior, assinalado pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP) no resultado do balanço de 2023 do setor automóvel, a associação avisa que Portugal continua com um parque automóvel envelhecido, em particular quando comparado com outros países da União Europeia.
Revelando que o número de automóveis matriculados em 2023 ainda se situa abaixo dos registados em 2019, a ACAP sublinha o decréscimo de 11,2% de veículos matriculados na categoria de ligeiros de passageiros. Já os ligeiros de mercadorias cresceram 20,7% no ano passado, valor ainda assim inferior quando comparado a 2019 – menos 26 %. Só os veículos pesados representam uma subida efetiva quando comparados a 2019, com mais 33,7% de veículos matriculados.
Relativamente aos “rent-a-car”, em 2023 verificou-se também um incremento, na ordem dos 50,7%.
Contudo, e de acordo com os dados, Portugal continua com um parque automóvel envelhecido, em particular quando comparado com outros países da União Europeia. Dos 5,6 milhões de veículos que circulavam em 2021, 63% tinham mais de 10 anos de idade. Já em 2022, 1,4 milhões de veículos em circulação apresentavam mais de 20 anos de idade, sublinhando-se que em 2022 a idade média dos veículos entregues para abate era de 24,3 anos. Os ligeiros de mercadorias e os pesados de mercadorias são atualmente os veículos mais velhos do parque automóvel nacional, situando-se acima dos 15 anos. Seguem-se os pesados de passageiros (14 anos) e os ligeiros de passageiros (13,6 anos).
Com o intuito de procurar renovar o parque automóvel em Portugal, a ACAP propôs a reintrodução de mecanismos de incentivo ao abate de veículos em fim de vida, para acelerar a substituição dos veículos convencionais mais antigos e poluentes por veículos de baixas emissões, tal como aconteceu em Espanha, França ou Itália, que como demos conta antes, considera um plano de incentivo de quase mil milhões de Euros para aquisição de veículos elétricos.
O governo introduziu um artigo na Lei do Orçamento do Estado que prevê a implementação deste Programa, pelo que a ACAP exige, em comunicado, a sua rápida aprovação. A Associação sublinha ainda a importância de retirar de circulação de veículos em fim de vida com emissões médias de 170 g/km de CO2, substituindo-os por veículos com emissões médias de 95 g/km (incluindo elétricos, híbridos plug-in e veículos a gasolina e gasóleo).
Sublinhe-se que o incentivo ao abate vai resultar numa poupança energética de 3,2 milhões de litros de combustível/ano, o equivalente a 33.200 barris de petróleo. Em termos de emissões, irão registar-se menos 10.800 toneladas de CO2 ao ano, segundo dados da ACAP.
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