Opel Manta chegou aos 50 anos. Parabéns!!
Como Jacques Cousteau, o mar e um peixe chamado Manta deram nome a um dos coupés mais importantes da história da Opel.
Foram produzidos mais de um milhão de unidades deste coupé que conheceu duas gerações desde que foi lançado em 1970 e foi retirado da produção em 1988, há 32 anos. Ou seja, o Opel Manta cumpre 50 anos, mas viveu, apenas, 18 anos até a casa alemã ter acabado com o coupé.
A famíla de peixes Mobula (mantas, raias-manta e jamantas), estende-se desde o Mar
Báltico até à costa norte-americana do Pacífico. Ora, George Gallion, responsável pelo estilo da Opel, recebeu a missão secreta em 1969 de embarcar num avião e encontrar-se com a equipa do conceituado biólogo marinho francês Jacques Cousteau. “Tínhamos escolhido o nome ‘Manta’ para o nosso novo modelo desportivo», recorda George Gallion, lembrando o objetivo da sua missão a Paris há 51 anos. “Naquela época, nomes de animais combinavam com o ‘zeitgeist’, de que eram exemplos o Ford Mustang ou o Corvette Stingray, modelos de enorme sucesso nos EUA. Tomada a decisão, ficámos com dez dias para chegar a um logótipo, e ainda não tínhamos encontrado uma solução adequada”. Foi assim que Jacques Cousteau entrou na história do Manta.
Em Paris, Gallion observou as imagens captadas pelas pesquisas de Cousteau uma e
outra vez, num processo que demorou muitas horas, até que, finalmente chamou-lhe
especial atenção uma fotografia de uma gigantesca raia-manta, tirada de baixo, contra a superfície brilhante do mar. Estava encontrada a identidade do Opel Manta. A partir de então, o modelo passou a incorporar o icónico emblema cromado nos guarda-lamas
dianteiros.
O Manta faria a sua estreia em setembro de 1970, numa apresentação que,
aclaro, decorreu na “Timmendorfer Strand”, na costa alemã do Mar Báltico. O Manta era, para a Opel, a entrada num novo território. Dizia o comunicado de imprensa da época “mais do que aproveitar um modelo existente, o automóvel que estamos hoje a apresentar é uma novidade absoluta na nossa gama, indo ao encontro de uma nova procura do mercado.”
O Opel Manta era novo, desportivo e surgia no momento certo pois os coupés para
quatro passageiros estavam na moda. No primeiro ano completo no mercado, foram vendidas 56.200 unidades do modelo, para um total de 498.553 unidades vendidas.
Em 1972 o Manta surge com o motor 1.2 de 60 cv. Em novembro do mesmo ano, a Opel revela o ricamente equipado Manta Berlinetta, que oferecia elementos raros para a época como o volante desportivo, vidro traseiro aquecido, faróis de halogéneo e
tejadilho em vinil. Durante os cinco anos de produção, a Opel foi acrescentando versões – “Holiday”, “Plus”, “Swinger” e “Summer Bazar” – até que em 1974, chegou o Manta GT/E, equipado com o famoso bloco de 1.9 litros com injeção Bosch L Jetronic capaz de debitar 105 CV. A tendência para o acabamento em pintura baça, em substituição dos detalhes cromados, continuou com o Manta GT/E. A última versão especial “Black Magic” chegaria ao mercado em 1975, pouco antes da estreia do Manta B.
Em 1975, chegava a geração “B” do Opel Manta, com duas variantes: o coupé e o Combi-Coupé CC (1978) com três portas graças ao enorme portão traseiro. O Manta B merece lugar de destaque nos mais de 120 anos de história da Opel. O sucesso do Manta B mede-se por estes factos: manteve-se sem alterações entre o outono de
1975 e o final de 1988, vendendo 557.940 unidades.
Tal como os antecessores, o Manta B partilhava a plataforma, suspensão e mecânica
com o Ascona e o leque de motores de quatro cilindros incluía 14 versões, com cilindradas de 1.2 a 2.4 litros, com potências entre os 55 e os 144 cavalos. A Opel foi atualizando a gama com mais versões destacando-se o Manta SR, a Berlinetta, e os GT, GT/J e GT/E. Em 1979, os novos motores OHC (veio de excêntricos à cabeça) ocuoaram o lugar dos motores mais velhos e renovaram o apelo do Manta. O topo da gama era o GT/E com potências de 105 e 110 cv, graças ao motor OHC de 2.0 litros. Mudou de nome em 1984 para Manta GSI.
O mais raro e mais potente Manta B foi o “400”, apresentado no Salão de Genebra de
1981, produzido em apenas 400 unidades para homologação em Grupo 4 para o Mundial de Ralis. O Manta 400 tinha um motor DOHC (duplo veio de excêntricos à cabeça) com 2,4 litros de cilindrada, quatro válvulas por cilindro e 144 CV. O final da vida do Manta viu chegar mais duas versões de topo, o GSi e o GSi Exclusiv,
produzidas em pequenos volumes pelo preparador Irmscher. Após 18 anos, o Manta desaparecia da gama Opel e nunca mais regressou. E dada a escassez de clientes apaixonados por coupés desportivos, dificilmente o Manta regressará ao “portfólio” da Opel, agora na posse do grupo PSA.
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