O que perde a Nissan com a fusão FCA Renault?
Como já referimos, a Nissan pode ser a maior perdedora desta proposta de fusão. A resistência da casa japonesa a tornar a aliança num pacto definitivo e irreversível, tem com o razão o facto da Nissan, continuamente, se queixar da desproporção das participações no capital, com a casa japonesa a deter 15% do capital da Renault, mas sem lugar na administração e sem direito de voto.
Esta finta de corpo que a FCA fez ao propor uma fusão com pesos iguais (50/50) para a FCA e para a Renault, faria com que o novo gigante europeu ficasse com 43,3% do capital da Nissan, enquanto os japoneses viriam a sua posição encolher para ainda mais inócuos 7,5%. Ainda assim, a FCA deixa aberta a porta para a Nissan colocar um administrador entre os 11 membros do conselho de administração da nova empresa. Uma espécie de ramo de oliveira da FCA para os japoneses, tentando comprar paz social e chamar para dentro do novo gigante mais peso e maior importância a nível mundial.
O aumento de porte da Renault dentro deste grupo gigantesco, o terceiro mundial se a fusão for aceite, irá esmagar a Nissan que, ainda por cima, passa por momento complicado com o lucro operacional a cair 45% para 2,7 mil milhões de euros e o volume de vendas recuou 4,4% para 5,5 milhões de unidades.
Caso a fusão da FCA e da Renault avance, como todos os observadores acreditam que vá avançar, a cabeça de Hiroto Saikawa, CEO da Nissan, será servida em bandeja de prata, pois o abandono da Aliança por parte da casa francesa pode atirar a Nisaan e a Mitsubishi ao chão num piscar de olhos. Por isso, assim que for feito o anúncio da fusão e o nascimento de um grupo que terá o dobro da dimensão da Nissan e da Mitsubishi, Saikawa deverá afastar-se e a Aliança transformar-se-á num gigante que desafiará a Toyota e a Volkswagen.
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