O Mercedes-AMG de Fórmula 1 com autorização para circular na estrada é oficial
O AMG ONE é um projeto que já está prometido há algum tempo e que conhece agora a luz do dia na sua versão final. O motor é herdado da Fórmula 1 e a potência total é de 1063 cavalos.
Já passaram quase cinco anos desde que vimos o primeiro teaser do Mercedes-AMG ONE, a ser conduzido por Lewis Hamilton, e que na altura já prometia uma potência acima dos 1000 cavalos, mas também uma velocidade máxima superior a 350 km/h, tudo oferecido por uma motorização com tecnologia híbrida herdada diretamente da Fórmula 1, mas com autorização para circular na via pública.
Entretanto, o tempo foi passando, com algumas revelações aleatórias, tanto por parte da marca, como de algumas das pessoas que estão na lista de espera para adicionar este modelo à sua coleção e que até já tiveram a hipótese de o configurar à sua medida. Mas agora, em 2022, o AMG ONE é real e em versão definitiva, com os valores que a marca anunciou há cinco anos, e que já podemos ver nos vídeos oficiais divulgados pela AMG ou no Festival de Velocidade em Goodwood, que se realiza no final deste mês.
A complexidade deste projeto fez com que não fosse possível apresentá-lo oficialmente no ano que a AMG estava a comemorar o seu 50º aniversário, tendo sido adiado para agora, em 2022, cinco anos depois. O seu desenvolvimento foi feito em parceria com os especialistas de motores de alta performance da AMG, que normalmente trabalham com os motores de Fórmula 1. Por essa mesma razão, é o motor que alimenta o AMG ONE que assume o papel de protagonista deste enredo.
Para alimentar o novo Mercedes-AMG ONE, está presente um motor de combustão com 1,6 litros de capacidade e seis cilindros em V, montado numa posição central, à frente do eixo posterior, tal como na F1, e que é capaz de oferecer uma potência máxima de 574 cavalos às 9.000 rpm. Na realidade, este mesmo motor consegue alcançar as 11.000 rpm, mas para que se consiga uma maior durabilidade e a utilização de combustível convencional de 98 octanas, o regime máximo foi mantido abaixo do que se regista na versão de Fórmula 1.
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No entanto, como se trata de uma solução híbrida, estão também presentes quatro motores elétricos para completar o conjunto. Um está integrado no turbocompressor, outro está associado diretamente ao motor de combustão e os dois restantes estão encarregues de alimentar as rodas do eixo dianteiro. No total, ficam disponíveis 1063 cavalos de potência e um valor de binário que, segundo a AMG, é impossível de medir dada a complexidade deste sistema.
Claro que tudo isto acaba por resultar em prestações dignas de um dos melhores desportivos do mercado, tais como os 2,9 segundos que anuncia para a aceleração dos 0 aos 100 km/h, os sete segundos que demora a superar os 200 km/h e os 15,6 necessários para superar os 300 km/h, sendo que a subida ainda se mantém até aos 352 km/h anunciados para a sua velocidade máxima.
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A estrutura em fibra de carbono sobre a qual é construída, não deu lugar a um monolugar com a posição de condução protegida por um Halo, e sim a uma carroçaria, também produzida em fibra de carbono, que protege um habitáculo mais ou menos convencional com dois lugares, um sistema de ar condicionado, mostradores digitais e até um elaborado sistema de som. O volante, também tem um visual semelhante ao de um modelo de Fórmula 1, incluindo as luzes destinadas a assinalar o momento preciso para troca de relação, e é também nele que encontramos o comando rotativo destinado a selecionar os seis modos de condução disponíveis.
O “Race Safe” é aquele com que se inicia cada viagem. Usa o sistema híbrido de uma forma automática e apenas liga o motor de combustão quando é necessária mais potência. O “Race” melhora a capacidade de regeneração de energia, deixa o motor térmico sempre ligado e o sistema elétrico totalmente preparado para apoiar o motor de combustão sempre que necessário. O modo “EV” está destinado a uma condução puramente elétrica, usufruindo de uma autonomia máxima em torno dos 18 quilómetros. Com o modo “Individual” é possível configurar diversos parâmetros consoante as nossas preferências e os restantes dois estão apenas destinados a uma condução em pista.
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Ao selecionar o modo “Race Plus”, fica ativa a aerodinâmica ativa da carroçaria e esta fica mais próxima do solo 37mm na frente e 30mm na parte de trás, a suspensão fica mais firme e a gestão do motor privilegia ainda mais as prestações. Com o “Strat 2”, todos os parâmetros dinâmicos ficam ainda mais agressivos e fica disponível a potência máxima em todos os motores, tal como acontece numa sessão de qualificação num grande prémio de Fórmula 1.
Depois de tudo isto, é fácil de adivinhar que o sistema de travagem também é o mais poderoso da AMG com discos cerâmicos, que os sistemas de refrigeração são os mais elaborados, que a suspensão também conta com uma configuração inspirada no monolugar de Fórmula 1 e que a caixa de sete velocidades (manual, mas automatizada), também é a melhor configuração para acompanhar este Fórmula 1 com autorização para circular em estrada. E por todas estas razões, mas também por tantas outras é que o AMG ONE é uma verdadeira obra-prima de engenharia e que fará orgulhosamente parte de qualquer coleção. De preferência, dizemos nós, de um colecionador que, de facto, tenha a vontade, a capacidade e a oportunidade de utilizar este modelo como ele merece e deseja ser utilizado.
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