Novo Renault Scénic E-Tech: Um tratado à sustentabilidade, feito com materiais reciclados
A Renault avança a passos largos para o futuro sustentável e o novo Renault Scénic E-Tech é o mais recente testemunho dessa vontade de fazer mais, com menos.
Com o objetivo de chegar às 0 emissões de carbono em 2040, o grupo francês faz uma “ofensiva” geral, e está a encontrar formas inteligentes de cortar nas emissões, tornando-se mais sustentável a vários níveis. Com várias parcerias estabelecidas, a Renault pretende reduzir drasticamente a sua pegada de carbono, quer na fabricação das suas baterias, talvez um dos componentes mais sensíveis ao nível das emissões e no impacto no meio ambiente, quer na construção dos seus veículos, usado novas técnicas que permitem usar materiais reciclados, que por sua vez podem voltar a entrar no ciclo de utilização, reduzido significativamente o desperdício no fim de vida dos veículos.
O Scénic E-Tech é o mais recente exercício de uma marca que neste momento, em média, recicla cerca de 50% dos materiais usados nos seus veículos e que espera reciclar mais de 90% dos materiais em 2030, sendo que nessa data espera construir carros com cerca de 33% de materiais reciclados. Na bateria, por exemplo, cerca de 90% do cobalto, níquel e Lítio serão recicláveis, sendo que o motor elétrico não usa as chamadas terras-raras (materiais que apesar de relativamente abundantes, estão presentes em baixas concentrações e são difíceis de extrair, sendo usados para motores elétricos, discos rígidos, turbinas eólicas, painéis solares, baterias entre outros) reduzido o impacto no meio ambiente. Também nas baterias, o uso de módulos que podem ser facilmente trocados, evita as trocas completas de baterias, evitando desperdício e permitindo reparações menos onerosas. A partir de 2027 as baterias da marca entram num ciclo fechado de utilização, com os materiais a serem reaplicados e não apenas descartados.
Este novo carro usa 24% de materiais reciclados, sendo que 80% do alumínio do capot e das portas é reciclado. Nos plásticos também há valores interessantes com cerca de 40kg de plásticos reciclados a serem usados neste Scénic (em 200kg de plásticos usados), com alguns deles a já apresentarem qualidade suficiente para estarem em superfícies visíveis. Os materiais ferrosos reciclados são 37% do total usado neste carro. No interior o tema mantém-se com os têxteis, em alguns modelos (como o Esprit Alpine) a serem feitos de plásticos PET e de cintos de segurança, com 100% de materiais reciclados. Em modelos com tecidos mais claros, a taxa de materiais usados é de 80%. Este cuidado com o meio ambiente faz-se sentir também na decisão de não usar couro no interior dos novos Renault, com o uso de soluções mais “verdes”. Por exemplo, no volante, 51% da cobertura é de origem biológica.
Pode não ser um tema interessante para a maioria dos consumidores, mas é um tema importante, pois a indústria automóvel foca-se cada vez mais na necessidade de ser sustentável. Só assim poderemos continuar a ter os transportes que queremos. O que a Renault fez neste novo Scénic é um exercício notável de integração de materiais reciclados, de criação de sinergias para reciclar materiais, tendo já as bases para chegar a neutralidade de carbono pretendida em 17 anos. Parece muito tempo e o planeta dá sinais de querer ações mais céleres, mas não é de um dia para o outro que se encontram soluções e se criam os mecanismos para chegar ao objetivo final. Mas este novo carro mostra que já se pode fazer muito trabalho de qualidade com a economia circular.
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