Mobilidade sustentável? “há muitas alternativas, elétricos, hidrogénio, combustíveis sintéticos…
A “transição energética” é uma frase que se ouve muito hoje em dia, e refere-se à mudança gradual dos combustíveis fósseis (como gasolina e diesel) para fontes de energia mais limpas e renováveis, como eletricidade, hidrogénio e biocombustíveis. Essa transição procura reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e minimizar as emissões de gases de efeito estufa e outros poluentes que afetam o ser humano e o meio ambiente.
Envolve a introdução de novas tecnologias de veículos, como carros elétricos, híbridos e a células de combustível, hidrogénio, Países e empresas em todo o mundo investem para acelerar tudo isto com os objetivo de redução de emissões de gases de efeito estufa e combate às mudanças climáticas.
Tudo isto é muito ‘bonito’, mas as recentes palavras de Yolanda Moratilla, presidente do Comité de Energia do IIE – Instituto de Ingenieria de España, fazem todo o sentido.
Num evento organizado pelo Jornal de Negócios em parceria com a Galp, a Toyota, o Montepio Crédito e o município de Oeiras, Yolanda Moratilla assegura que a “a transição energética é uma questão unicamente europeia”, alertando que estão a ser pensadas soluções únicas ao invés de transversais e diversificadas, pois quando a saída encontrada é apenas uma, qualquer posterior problema que invalide o torne complicada essa solução, cria um problema ainda muito maior. E deu como exemplo o gás da Rússia e a guerra na Ucrânia. A percentagem de gás que vinha da Rússia foi um (enorme) problema.
Esse exemplo serve bem para chancelar e optar pela diversificação.
Yolanda Moratilla assegura que o carro elétrico não deve ser a única solução: “Se quisermos falar de mobilidade sustentável, temos muitas alternativas. há carros elétricos, hidrogénio e mesmo os automóveis de combustão podem ter emissões zero com os combustíveis sintéticos”, assegurando que, esta sim é a verdadeira transição energética.
Como argumento que dá face à possível ‘exclusividade’ do carro elétrico: “e se morarmos num apartamento sem garagem?” como a grande maioria das pessoas, acrescente-se: “Por isso digo que é uma solução para ricos…”, finaliza.
É bom que estas vozes possam ir aparecendo, não para que as pessoas fiquem ainda mais confusas do que já estão, mas para que, quem tiver de decidir, tenha nas mãos, todas os prós e os contras.
É bom perceber que o bom é inimigo do ótimo, e serem encontradas soluções que agradam apenas a uma pequena percentagem da população não é bom.
Recordamos, que há algum tempo publicámos um artigo em que escrevíamos que atualmente em Portugal 64% dos automóveis ligeiros e pesados de passageiros em circulação nas estradas têm 10 ou mais anos, um milhão e meio de automóveis, ou 26%, segundo a ACAP, com mais de 20 anos. Em 2000, os automóveis com mais de duas décadas de vida em Portugal representavam apenas um por cento do total do parque automóvel.
Estamos nos 26%, duas décadas depois. Em 2035, como estará esta percentagem?
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