Minimalismo pode ser uma solução para a felicidade, segundo a Mazda
Linhas desnecessárias e elementos confusos são duas das coisas colocadas imediatamente de parte num desenvolvimento de um novo modelo da Mazda que segue o design Kodo.
Num mundo em que o consumismo tem levado a melhor ao longo das últimas décadas, um grande número de pessoas ainda considera que o facto de ter cada vez mais coisas as torna mais felizes. Mas não é bem assim. Com o tempo, muitos perceberam que, afinal, a compra de coisas e de mais coisas, apenas faz com que nos desliguemos mais facilmente da felicidade proporcionada por coisas imateriais, tais como o desfrutar da natureza, do amor, da amizade ou da obtenção de mais conhecimento e maturidade pessoal.
Ou seja, num mundo cada vez mais confuso e complexo, a simplicidade e o minimalismo podem muito bem ser novos tipos de luxo com uma enorme procura e já revelaram mesmo ser uma tendência com um enorme potencial de crescimento. Tal como é referido por Ikuo Maeda, o criador do Kodo Design, “menos é mais. Acima de tudo, o design japonês deve ser simples e puro”.
O modelo para esta filosofia de design é o mundo natural com o qual a estética japonesa sempre partilhou uma profunda ligação. Seja a ênfase nos espaços abertos da arquitetura tradicional japonesa, que assenta na colocação das paredes de forma a enquadrar o cenário exterior, ou o espetáculo anual da flor de cerejeira, com as suas inúmeras manifestações na arte, o mundo natural nunca está longe quando se trata do conceito japonês de beleza, o qual tudo absorve em seu redor, desde a arte à vida quotidiana das pessoas e as suas preferências pessoais.
Uma das filosofias que casam natureza e cultura no design japonês é a filosofia Ma, que se refere ao conceito de espaço negativo. Aquando da decoração de salas, os arquitetos japoneses, por exemplo, utilizam apenas alguns elementos cuidadosamente escolhidos, realçando a beleza e a energia encontradas dentro dos espaços vazios que divide esses elementos. Aplicado ao contexto da produção automóvel, significa resistir à tentação de sobrecarregar o design com diversos elementos estranhos, sendo-se contido e minimalista nas características interiores ou exteriores, para criar espaço que permitam ao olhar percorrer as formas, apreciando, na mesma proporção, tudo que está presente, mas também tudo o que não está.
Outra filosofia que complementa a primeira, é a filosofia Kaicho, subjacente à cura e melhoria do espaço criado pelo conceito Ma. É alcançado através da combinação harmoniosa entre vários materiais e texturas que se complementam, tornando-se mais do que a soma das suas partes, produzindo simplicidade e sofisticação a partir da complexidade. A iluminação é também um atributo chave desta filosofia, sendo que, para a Mazda, significa o recurso a uma iluminação subtil, suave e indireta, que aumente a sensação de harmonia nos seus modelos.
“A filosofia da Mazda consiste em tornar as coisas naturais e simples e não distrair o condutor”, refere Akira Tamatani, Designer-Chefe do Mazda CX-60. “Queremos ver as pessoas nos nossos automóveis a desfrutar de uma vida mais enriquecida”. E uma vida enriquecida é, para um número cada vez maior de pessoas, uma vida onde se pode ter menos, mas onde tudo o que possuímos tem, realmente, valor.
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