Mercedes desenvolve estratégia de integração entre transportes e energia
Mercedes: Visão Integrada de transportes e energia
Considerando a mobilidade elétrica como uma das tendência que irá influenciar o futuro dos automóveis, fabricantes procuram novos mercados e estratégias de forma a não perderem competitividade relativamente aos concorrentes. A Mercedes não é excepção e pretende desenvolver uma estratégia que alia energia a transportes, acompanhando empresas como a Tesla, que encaram o sector da energia solar como uma extensão dos automóveis elétricos.
A Mercedes tem desenvolvido baterias para o armazenamento de energia, que permitirão fornecer electricidade a habitações e recarregar veículos elétricos. Desta forma a Mercedes posiciona-se enquanto actor no mercado da energia solar e casas inteligentes, energeticamente autónomas.
Para concretizar a sua estratégia, a Mercedes estabeleceu parceria nos Estados Unidos com a Vivint Solar, que fornecerá painéis solares e será responsável pela domótica que permitirá uma gestão energética automatizada.
Na prática, tudo parece ser simples e fazer sentido. Os painéis solares (que podem ser as próprias telhas) produzem a energia que é armazenada numa bateria especifica. A partir dessa bateria é fornecida toda a electricidade necessária para o funcionamento da casa e também para o carregamento das baterias do carro. A casa é portanto autónoma em termos de energia, não precisa de se alimentar na rede. O carro arranca todos os dias de manhã com baterias bem carregadas, mas provavelmente não necessitará de toda essa capacidade. Então ao longo do dia o carro pode injectar na rede toda a energia de que não vai necessitar, criando assim uma fonte de rendimento inexistente até agora. Na pratica isto significa que a energia produzida pela casa, pode ser vendida através do automóvel.
A Tesla e a Nissan já desenvolveram o seu próprio sistema e estão mesmo bastante mais avançadas do que a Mercedes, que decidiu também entrar no processo em toda a sua extensão. Aliás a Nissan e a sua parceira tecnológica NEC, acabam de vender todo o seu negocio de produção de energia solar e baterias a um fundo chinês que pagou caro para galgar alguns degraus mais depressa.
O caminho vai ser este, mas as marcas de automoveis, não necessitam de disponibilizar soluções energéticas tão completas. Podem limitar-se a produzir veículos e a vendê-los ou a disponibilizá-los através de sistemas de mobilidade que estão a ser desenvolvidos.
Mobilidade elétrica e o futuro da indústria automóvel
E aqui começa outra nova versão do futuro, aquela que diz que ninguém mais vai ser proprietário de um automóvel!
Outra versão diz que os automoveis vão ser de condução autonoma, ou seja não necessitarão de condutor.
De facto realisticamente teremos que aceitar que é no mínimo absurdo o tempo que ao longo do dia a maioria dos automoveis particulares passam – parados! Sim a grande maioria dos automoveis de particulares estão quase sempre estacionados e imobilizados. As pessoas deslocam-se para o trabalho e param o carro, só voltando a pegar nele no final do dia para voltarem ás suas casas. esta é a rotina de uma grande parte dos mortais. Portanto talvez possamos dizer que passam 2/3 horas a circular e 21/22 horas parados.
Então se considerarmos todos estes dados realistas da equação, poderemos imaginar que as marcas vão elas próprias criar sistemas de mobilidade, baseadas em veículos de condução autónoma. A pessoa subscreve um sistema de mobilidade da Volvo, por exemplo e marca o seu carro para estar disponível ás 8.00 da manhã á porta da sua casa. Ás 8.00 em ponto o Volvo está parado á porta da sua casa, sem condutor e o cliente subscritor entra e no carro e define o destino pretendido, A viagem é realizada com toda a calma e no cumprimento integral do código da estrada, e cliente chega ao seu destino, onde abandona o carro que por sua vez seguirá para outros “serviços”. Se ás 11.00 a pessoa precisa de se deslocar, chama um novo serviço e rapidamente chegará um outro Volvo sem condutor, para o transportar. Se se tratar de viagens de longa duração o sistema é o mesmo.
E por isso qual a lógica de comprar um automóvel, que passa o seu tempo parado, quando é possível dispor de um carro a qualquer momento, sem empate de capital?
Assim sendo, serão necessários muito menos automoveis para cumprir as necessidades da população, o que se repercutirá na redução da produção das fabricas, mas por outro lado, cada carro percorrerá muito mais quilómetros em muito pouco tempo, o que implicará um enorme desgaste e uma redução significativa do seu “prazo de validade”.
O Futuro já começou e os vários players deste mercado já decidiram as suas estratégias. alguns continuarão apenas a ser fabricantes de automoveis, enquanto outros pretendem ter uma intervenção mais ambiciosa e abrangente no novo mundo da energia e da mobilidade.
Uma coisa é certa, o consumidor tem que estar atento e deve estudar os seus investimentos por forma a não ficar “agarrado” a soluções que em pouco tempo estarão obsoletas. Uma das questões que nos parece ser mais imediata é a escolha do novo carro que alguns estarão para fazer…continuamos a assistir ao lançamento compulsivo de novos modelos e quase todos eles continuam centrados em motorizações diesel, o que nos parece fazer pouco sentido, pois algumas marcas já decidiram que vão interromper a produção e comercialização desse tipo e motores que, pelo menos na Europa continuam a representar a grande fatia das vendas.
Você que vai comprar um carro novo, e que o vai pagar em 5/6 anos, pense bem quanto vai valer o seu novo diesel no momento em que o quiser vender… é o momento de tomarmos consciência de que o mundo está mesmo a mudar e aquilo que decidirmos hoje poderá ter repercussões no amanhã.
Fonte: SuperToast by Fabernovel
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