Mercedes-Benz: A força das mulheres na criação de uma marca icónica
Quando nos sentamos num carro, raramente nos damos conta do percurso que foi feito para nos sentarmos naquele veículo. A indústria automóvel vê agora a chegada de novas marcas, que em poucos anos conseguiram erguer-se e apresentar produtos apelativos. Mas as marcas ditas “tradicionais”, aquelas que já fazem parte do nosso dia a dia, são muito mais do que apenas produtos de consumo imediato. Fazem parte da história do automobilismo. A Mercedes é uma delas.
A marca germânica tem este ano três carros no top 5 final do prestigiado World Car Awards, com o Mercedes-Benz CLE, o Mercedes-Benz EQE SUV e o Mercedes-Benz Classe E. Mas o legado da marca vem dos primórdios.
Uma história feita com a força feminina
A história começa em 1885. Foi nesse ano que Karl Benz finalizou o seu primeiro veículo equipado com um motor de combustão interna. Uma história de dedicação a uma ideia pela qual Karl Benz e a sua mulher, Bertha lutaram até a criação do Benz Patent-Motorwagen. Bertha, que esteve sempre ao lado de Carl, apoiando-o nos bons e maus momentos, foi a primeira a experimentar o veículo construído pelo seu marido. Bertha acabou assim por ser a primeira mulher do mundo a conduzir um veículo motorizado.
Em 5 de agosto de 1888, Bertha Benz, de 39 anos, conduziu de Mannheim a Pforzheim com os seus filhos Richard e Eugen, de treze e quinze anos, respetivamente, num Modelo III, sem avisar o marido e sem autorização das autoridades, tornando-se assim a primeira pessoa a conduzir um automóvel numa distância significativa. Karl Benz foi o homem da ideia, do trabalho mecânico, da engenharia por trás do primeiro veículo a motor. Bertha foi a alma e o fogo do projeto. Por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher. E neste caso, por trás de um projeto inovador que acabaria por mudar a face da Terra, está também uma mulher obstinada em apoiar as ideias e os sonhos do seu marido.
Mercedes – Um nome que fica para a eternidade
Enquanto o negócio de Benz crescia, outra empresa tratava de apostar na construção de automóveis, com Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach que desenvolveram em conjunto um motor de combustão que seria usado em veículos motorizados. Maybach foi parte importante no desenvolvimento de novas ideias para a locomoção, mas acabou por sair da Daimler depois da morte de Gottlieb, iniciando a sua empresa com o seu filho (que regressaria ao mundo Daimler anos mais tarde).
Com a indústria automóvel a dar os primeiros passos, vários homens de negócios começaram a aproveitar as oportunidades que surgiram. Um deles foi Emil Jellinek, que depressa apanhou o gosto pelos novos veículos motorizados. Chegou a ter um veículo construido por Carl Benz, mas foi com a Daimler que criou uma ligação mais duradoura, tornando-se representante da marca, vendendo veículos à classe média-alta da época, ao mesmo tempo que ia pedido à Daimler carros mais velozes para vender e competir em corridas, em que usava o nome Mercedes, o nome da sua filha. Os “Mercedes” começaram a ser notados pelas suas proezas em pista. Com a popularidade do nome a crescer, foi feito um acordo entre a Daimler e Jellinek, para dar o nome Mercedes a novos veículos e para o desenvolvimento de um novo motor, que teria o nome Daimler Mercedes. O primeiro Daimler – Mercedes foi desenvolvido por Maybach e entregue a Jellinek em 1900.
Até ao final da primeira grande guerra, Benz e a Daimler Mercedes eram empresas rivais, mas as dificuldades encontradas depois da guerra levaram a uma fusão que resultou na… Mercedes Benz.
Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)
0 comentários