Mercado de automóveis usados: ainda -6,3% em comparação com 2019

Ao contrário do mercado de veículos novos junto do consumidor final, com as vendas a clientes particulares a rondarem os 20%, para menos, e não para mais, o mercado de usados continua a ‘arrebitar’, mesmo que ainda influenciado pelos fatores que desde o início de 2020, têm minado o setor. Neste momento, a procura continua a recuperar e apresenta o maior aumento do ano (+6%) em setembro, face ao ano passado. Esta é a principal conclusão do mais recente Barómetro Standvirtual / ACAP que refere ainda que a importação de ligeiros de passageiros continua a baixar em setembro (-10%), após já ter baixado em agosto. Tal deve-se ao aumento da oferta nacional, que está a abastecer o mercado e a reduzir a necessidade de importar.

Em setembro a dinâmica de mercado permanece negativa (-16%) face ao período homólogo de 2022, pois a oferta mantém-se acima da procura. A oferta está +21% acima de setembro de 2022, mas a procura também recupera +6% em relação ao período homólogo, a variação mais alta este ano.

A procura sobe sobretudo nos carros entre 15.000€ e 30.000€ (+25%) e acima de 30.000€ (+35%).

Em agosto de 2023, a transferência de propriedade mantém-se próxima das 60 mil unidades de ligeiros de passageiros, com um ligeiro decréscimo de -2,7% face ao mês homólogo de 2022. Regista ainda um decréscimo de -6,3% em comparação com agosto de 2019.

No que diz respeito aos veículos importados (ligeiros de passageiros), há novamente um decréscimo em setembro face ao mesmo mês de 2022 (-10%), após uma tendência de estabilização nos meses anteriores e ligeiro decréscimo em agosto. Por outro lado, em comparação com o mês de setembro de 2019 verifica-se um crescimento de +29,2%.

O preço médio praticado pelos vendedores profissionais aumenta ligeiramente em setembro, algo que tem vindo a acontecer desde maio/junho deste ano devido ao aumento da oferta de carros mais caros no mercado de usados, fixando-se agora em cerca de 24.500€. Esta evolução representa um aumento de +19,5% do preço medio face a setembro de 2021 (20.500€) e de 4% em relação a 2022 (23.500€).

Apesar do aumento do preço médio pela maior oferta de carros mais caros, os preços individuais têm vindo a baixar ligeiramente desde maio, como se verifica nos modelos mais representativos no Standvirtual, com 50 mil quilómetros e a diesel, como o Renault Megane Sport Tourer (22.000€), o Renault Clio (17.000€), o Nissan Qashqai (23.000€), e o Mercedes-Benz A180 (30.000€).

De acordo com os dados fornecidos pela BCA, relativos aos leilões, os preços mantêm-se estáveis no comércio e no retalho em setembro, uma tendência que já se verifica desde o início do ano.

Segundo dados da ACAP, em setembro verifica-se um aumento de +14,5% no total do mercado automóvel (novos) face ao mesmo mês de 2022. No acumulado do ano 2023, há um crescimento de +31,7%. As energias alternativas (veículos eletrificados e híbridos GPL) representaram cerca de 60% do mercado total de ligeiros em setembro de 2023 e 49,5% no acumulado anual.