Marion David, diretora de produto da DS, quer aplicar receita de sucesso da Peugeot
Vice-presidente de produto da DS Automobiles desde outubro do ano passado, Marion David, 47 anos, deseja replicar na nova marca o sucesso da Peugeot.
Recorde-se que David foi a gestora do desenvolvimento dos Peugeot 3008 e 5008 (antes esteve envolvida nos projetos do 208 e 2008), verdadeiros sucessos da marca do leão. Depois desse sucesso, foi levada para o centro do grupo PSA no sentido de ajudar a desenvolver o conceito multimarca do grupo. Finalmente, foi nomeada diretora de produto na marca DS, que acaba de lançar os seus primeiros produtos novos, o DS7 e o DS4 Crossback, sucedendo a Eric Apode. Ambos os modelos possuem versões eletrificadas que serão instrumentais para cumprir os limites de emissões na Europa.
Em entrevista ao Automotive News Europe, a executiva francesa que está no PSA Group há mais de 20 anos, lembra que “aprendi muito sobre as expetativas do consumidor e como as satisfazer. Depois do 3008 e do 5008, fui responsável pela rede da PSA Retail e tive de vender carros. E de os reparar. Também tive a oportunidade de fazer o planeamento avançado, ou seja, como substituir o 3008 original que era mais monovolume. Fizemos um carro totalmente novo e quando vendi o carro, consegui perceber a reação dos consumidores áquilo que coloquei no carro.”
Será essa experiência que Marion David quer implementar na DS. “o desenvolvimento de produto tem o mesmo processo, os objetivos são diferentes, porque os consumidores Premium são igualmente diferentes. Quando era responsável pelo retalho, cortava o espaço de vendas da Peugeot em dois e construía uma DS Store, podendo observar os clientes Peugeot e DS, sendo curioso perceber como o 3008 e o DS7 Crossoback são totalmente diferentes. Mesmo que feitos sobre a mesma plataforma. Mas os clientes são diferentes e prestam atenção a coisa muito dispares.”
Questionada sobre a sustentabilidade da DS, Marion David disparou “sim! Porque partilhamos as fábricas da PSA, não temos pressão de volumes, pelo que estamos apenas focados na rentabilidade por unidade e na qualidade de construção, refinamento e tecnologia. Outra questão complicada foi colocada sobre a forma como vender um carro elétrico que custa mais 12 mil euros que a versão equiparada com motor térmico. “Fazendo ver os clientes que o custo total de utilização (Total Costo r Ownership., TCO) oscila entre os menos 3% aos mais 3%” pelo que faz sentido optar pelo modelo elétrico. E Marion David tem a convicção que “será possível passar a mensagem e que se hoje mais de metade dos clientes opta por uma solução de crédito, com os veículos elétricos, veremos maior recurso a essa ferramenta.”
A justificação de Marion David para o preço do DS7 Crossback é interessante. “O carro já é vendido a uma clientela rica, pois mais de metade dos compradores do DS7 Crossback, opta pelas versões mais caras. Por isso pensamos que ainda remos margem para subir mais o preço, pois estamos a vender um carro com elevadas performances, um 4×4 com 300 CV!”
A DS vai apostar muito na digitalização e na venda online dos seus carros. “Lançamos as vendas online da DS em janeiro com o DS 3 Crossback, e tem sido fácil, confesso. E dentro de 10 a 20 anos, será a forma normal de vender automóveis. Mas teremos, sempre, de manter uma ligação ao concessionário porque temos de testar o carro, ver e tocá-lo, enfim, é muito importante a perceção sensorial, particularmente na DS.” E quanto aos concessionários? “O comprador faz a encomenda online, vai ao concessionário da sua escolha levantar e o vendedor recebe a sua margem. Não há necessidade de haver preocupações, pois receberão, sempre, o seu dinheiro, até porque queremos manter uma relação achegada com os concessionários. Isso é muito importante para os clientes Premium.”
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