Marcas desaparecidas: Hotchkiss
A Hotchkiss foi fundada em 1903 e produziu automóveis até 1955, sendo uma subsidiária da Hotchkiss et Cie de Saint Denis, França. A anterior história da marca no negócio do armamento refletia-se no símbolo da companhia: dois canhões cruzados. A primeira tentativa no mundo automóvel deu-se com a fabricação de componentes para motores, tais como cambotas que serviam depois para serem aplicadas nos Panhard et Levassor e nos De Dion Bouton. Pouco tempo depois, passaram a fabricar motores completos, até que encorajados por alguns distribuidores de França e de Inglaterra, a Hotchkiss decidiu fazer os seus próprios automóveis. Para isso, compraram um Mercedes Simplex para dar inspiração e contrataram Georges Terasse para ser o líder do departamento de estilo.
Partindo destas bases, a Hotchkiss realizou o 17 CV, com motor de 4 cilindros obviamente baseado no Mercedes, em m1903, seguindo-se quatro anos depois as versões com motores de 6 cilindros. A marca envolveu-se no segmento inferior quando lançou o Type Z com motor de 2.2 litros. Isto em 1910. A eclosão da primeira guerra mundial obrigou a uma pausa na produção automóvel, ajudando a Hotchkiss no esforço de guerra, regressando aos carros em 1919 com os modelos feitos antes da guerra, os Tipos AD, AD6, AF e AG.
Falhada a entrada no segmento de luxo com o modelo AK, a Hotchkiss mudou de estratégia e passou a apostar num só modelo, baseado no Conventry. Quando o projecto deste modelo britânico é vendido à Morris, algumas alterações surgem. Henry Ainsworth e A.H. Wilde, que dirigiam a empresa inglesa, foram para Paris e tornaram-se no diretor geral e diretor do departamento de engenharia, respetivamente.
A evolução da marca mostrou-se prometedora: em 1926 construíram uma nova fábrica e uma estamparia, permitindo a construção das carroçarias em casa. Esta capacidade de crescer permitiu que a política de modelo único tivesse terminado em 1929 quando a Hotchkiss anunciou os modelos AM73 e AM80. Esta gama durou até 1933, quando a marca decidiu criar novos modelos e uma nova designação. O progresso foi evidente – na competição um Hotchkiss venceu o Rali de Monte Carlo em 1932, 1933, 1934, 1949 e 1950 – até que a parte da empresa dedicada ao armamento e a estampagem foi nacionalizada.
A aproximação de uma nova guerra e a cada vez maior necessidade de armamento, levou Henry Ainsworth a abandonar Paris antes da ocupação dos alemães. A empresa passou a ser controlada pela Peugeot a partir de 1942. Ainsworth ainda regressa a Paris quando esta é libertada e recomeça a produção a partir de 1946, com os modelos de antes da guerra, um camião e um trator.
A gama foi modernizada, mas alguns passos mal medidos (como a compra do projeto Grégoire de tração dianteira demasiado oneroso) fizeram com que as vendas começassem a declinar a partir de 1950. Aionsworth reformou-se e a Peugeot libertou-se da Hotchkiss, assinando a sentença de morte da marca. A produção parou em 1952, ainda apareceu uma fusão com a Delahye, mas a compra por parte da Brandt, uma empresa de eletrodomésticos, acabou com a Hotchkiss.
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