Marcas desaparecidas: Facel Vega
Nascida para “os poucos que possuem o melhor”, a Facel Vega era um construtor francês de carros de luxo que teve em Jean Daninos o seu fundador. Irmão do humorista Pierre Daninos, juntou-se à Facel (Forges et Ateliers de Construction d’Eure-et-Loir), empresa de estampagem que fornecia as carroçarias para diversas marcas francesas, como a Panhard, Delahaye e Simca. O lucrativo contrato
com a Simca (45 mil unidades produzidas) deu o impulso necessário à Facel para lançar-se com produtos próprios.
O primeiro Facel Vega apareceu em 1954, equipado com motor V8 Chrysler, o 4.5 litros De Soto Hemi. O conceito era avançado para a época: chassis tubular e suspensão de duplo triângulo à frente. O peso era de 1800 quilos, o que permitia uma velocidade máxima de 190 km/h e uma aceleração 0-100 km/h ligeiramente abaixo dos 10 segundos. O estilo era arrebatador com algumas versões descapotáveis de duas portas sem pilar central.
O modelo foi sendo melhorado – nomeadamente com o famoso modelo de portas traseiras suicidas à imagem do Cadillac Continental – conheceu uma segunda versão mais tarde e com o sucesso experimentado, a Facel Vega quis ir mais longe.
Entrou no segmento dos desportivos com o Facellia, inspirado no Mercedes 190 SL, com três carroçarias: cabriolet, coupé 2+2 e coupé de quatro lugares. Pensando em entrar na luta pela produção em massa, a Facel começou a experimentar algumas dificuldades: o Facellia com motor francês de 4 cilindros não vendia devido à falta de fiabilidade, a troca para os blocos do Volvo P1800 não apagou a imagem entretanto criada de marca pouco fiável.
A Facel perdeu dinheiro em cada um dos 1100 carros produzidos, mas a obsessão de Jean Daninos era demasiado forte, piorando a situação com a forte competição surgida no segmento de luxo. O último estertor da Facel Vega foi, curiosamente, o modelo que todos consideram como o melhor de sempre. O Facel 6 usava o motor do Austin Healey 2.8 litros, mas não foram produzidas mais de 30 unidades. O governo francês terminou com a aventura da Facel Vega e de Jean Daninos em 1964.
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