Marcas desaparecidas: Austin
Foi Sir Herbert Austin, antigo gestor da Wolseley Tool and Motor Car Company, quem fundou a Austin Motor Company em Longbridge no já distante ano de 1905. O primeiro modelo era um convencional modelo com motor de 5 litros com 4 cilindros e transmissão através de corrente. A I guerra mundial atrapalhou a produção automóvel, mas depois de resolvido o conflito, a Austin estruturou-se de forma a ter uma gama com um só modelo, o 20 HP (3,6 litros) declinado em várias versões: berlina, comercial e até um trator.
A estratégia provou-se errada e a Austin chegou mesmo a estar em riscos de falir, tendo sido colocada em gestão judicial. Em 1922, chegou à empresa Ernest Payton, que assumiu a direção financeira por indicação do Midland Bank, financiador da recuperação da Austin. Outro nome imposto pelos credores foi Carl Engelbach, que assumiu gestão da produção. Um dos primeiros passos para a recuperação foi o lançamento do Twelve em 1922 e mais tarde o Austin Seven. O sucesso foi tão grande que a BMW comprou a licença de produção do modelo na Alemanha sob o nome Dixi. Herbert Austin morre em 1941, enquanto Ernest Payton tem o mesmo destino em 1946. Na frente a Austin fica então Leonard Lord.
A II Guerra Mundial recrutou o esforço da empresa para a produção do bombardeiro Lancaster, mas depois de assinado o armistício, a Austin regressou à produção automóvel. Com uma novidade importante: o modelo 16 HP tinha o primeiro motor com válvulas à cabeça.
Entretanto, a Austin fundiu-se com a Nuffield Organisation para formar a British Motor Corporation (BMC). Os outros modelos chamavam-se Morris. Foi também em 1952 que Donald Healey se juntou à British Motor Corporation para criar a famosa marca desportiva Austin Healey. Nesse mesmo ano a marca fez uma cordo com a Nissan Motor Company para vender carros seus no Japão. Na década seguinte, Leonard Lord teve uma ideia genial e que deu à Austin um poderio imenso: preocupado com a crise do Suez em 1956, pediu a Alec Issigonis que criasse um automóvel pequeno e económico.
Foi assim que em 1959 nasceu o Mini. O Mini chama-se Austin Seven e Morris Mini Minor. A história é conhecida: o sucesso dos Morris levou a BMC a deixar cair os nomes das marcas e o fabuloso carro de Issigonis ficou apenas como Mini. Com mais um processo de fusão – a BMC fundiu-se com a Pressed Steel e a Jaguar, criando a British Motor Holdings que, rapidamente se juntou à Leyland Motors, nascendo a British Leyland Motor Corporation (BLMC) – a Austin ficou no meio de um grupo complicado e muitos erros de gestão levaram a marca e o grupo British Leyland à perdição. Ainda sobreviveu durante alguns anos como a marca de prestígio da Rover, mas com a chegada da privatização e venda à British Aerospace (BAe) a marca foi perdendo expressão, até desaparecer dentro do grupo Rover.
A compra pela BMW foi a machadada final, numa marca que deixou de ter modelos próprios a partir da década de 80.
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