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Land Rover Discovery Sport P300e – Ensaio Teste

Land Rover Discovery Sport

By on 21 Fevereiro, 2016

Na sua primeira encarnação, o Land Rover Discovery Sport pecava apenas por um motor algo vetusto, com um funcionamento pouco refinado, um rendimento modesto e consumos pouco apelativos. Com a chegada do novo motor Ingenium à gama do SUV britânico, é notória a evolução registada nestes domínios, e só é pena que a fiscalidade lusa penalize tanto os 180 cv e a tração integral oferecidos pela versão de topo analisada, quase “obrigando” o cliente a optar pelo mais modesto 4×2 de 150 cv, preferencialmente, com sete lugares

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Lançado em meados do ano passado, enquanto substituto do Freelander 2, e assente na plataforma do Evoque (embora com uma distância entre eixos 5,1 cm superior), o novo Discovery Sport é, porventura, uma das propostas mais interessantes do momento da Land Rover, mas que em Portugal padecia de uma infeliz combinação entre motores turbodiesel pouco eficientes (ainda oriundos da parceria Ford-PSA) e uma fiscalidade implacável, que tornava o seu preço pouco interessante face ao seu desempenho. Isto apesar do seu visual cativante; de um interior espaçoso e bem construído; de uma ampla bagageira; e de um posto de condução correto – e que a partir de agora passa a contar com o sistema de infoentretenimento da nova geração, muito completo e de utilização fácil e intuitiva, e em que só o respetivo grafismo merecia uma aparência mais elaborada.

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Se, quando da sua chegada ao mercado, o Discovery Sport apenas estava disponível com tração integral, e a sua versão a gasóleo mais acessível era a TD4, com motor 2.2 turbodiesel de 150 cv de origem PSA, agora o modelo já é proposto com o novíssimo motor 2.0 turbodiesel Ingenium do Grupo Jaguar Land Rover, nas derivações de 150 cv e 180 cv – a última equipando a versão em apreço, sempre combinada com tração integral e caixa automática de nove velocidades; a de acesso proposta com tração integral ou dianteira, e caixa manual ou automática. Uma troca que permitiu que as emissões de CO2 baixassem significativamente (com óbvios reflexos na carga fiscal incidente, logo, no preço); que a velocidade máxima passasse de 180 km/h para 188 km/h; e que acelerações e recuperações evoluíssem significativamente. Para além do mais, tudo isto contribui para um agrado de condução muito superior, e que se fica a dever, também, ao funcionamento bem mais refinado desta unidade motriz, em termos de ruído como de suavidade – sem ser uma referência da classe, é bem melhor neste particular que a sua antecessora. A estes atributos adicione-se a soberba transmissão (caixa automática ZF de nove velocidades e embraiagem Haldex de última geração, que permite dispensar a tração traseira sempre que o seu uso não seja necessário), e temos também na equação consumos bastante mais comedidos, em especial em cidade e a ritmos mais impositivos.

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De resto, o comportamento dinâmico está na linha do pretendido pelo cliente típico deste género de proposta – bom compromisso entre conforto e eficácia, em estrada como fora dela, tudo se processando de forma deveras natural e progressiva, traduzida num desempenho honesto e muito fácil controlar, mesmo a ritmos mais empenhados. Fora de estrada, o Discovery Sport 4×4 dificilmente encontrará rival à altura no seu segmento, aliando bons ângulos característicos a pneus aptos a enfrentar outros terrenos que não o asfalto, a uma suspensão com curso longo, a uma robustez suficiente para enfrentar obstáculos mais exigentes e ao sistema Terrain Response, com os seus quatro modos de funcionamento (‘Auto’; ‘Relva, Gravilha e Neve’; ‘Lama e Sulcos’; e ‘Areia’). Por tudo isto, o renovado Discovery Sport TD4 4×4 parece outro automóvel face ao que conhecemos com o motor 2.2. No caso em apreço, dotado do nível de equipamento HSE Luxury, o Discovery Sport TD4 4×4 custa uns expressivos 64 691 €, mas também já oferece um nível de equipamento bastante completo, ao nível da segurança e conforto. Importa, porém, sublinhar que a versão de acesso à gama, com tração dianteira e caixa manual de seis velocidades, é proposta por 41 800€ – podendo mesmo pagar Classe 1 nas portagens nacionais, com Via Verde, para os que lhe adicionarem os opcionais lugares da terceira fila, que aumentam a lotação para sete lugares.

Texto: António de Sousa Pereira

Preço 64 691€

Motor: 4 cil. em linha Diesel, inj. direta common-rail, turbo, 2179 cm3

Potência: 180 cv/4000 rpm

Binário: 430 N.m/1750 rpm

Transmissão: integral permanente, cx. auto de 9 veloc.

Suspensão: Independente tipo MacPherson; Independente multibraços

Travagem: DV/D

Peso: 1785 kg

Mala: 541-1698 l

Depósito: 54 l

Velocidade máxima 188 km/h

Aceleração: 0-100 km/h 8,9s

Consumo médio: 5,3 l/100 km

Consumo médio AutoSport: 7,20 l/100 km

Emissões de CO2: 139 g/km

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