Lamborghini: Modelos únicos que ficaram para a história (anos 2000-10)
Depois da sua fundação, a Lamborghini preparou o lançamento do primeiro modelo ‘one-off’, o 350 GTV de 1963, que deu origem ao 350 GT, o seu primeiro carro de produção. Entretanto, vários modelos e versões foram produzidas pela casa de Sant’Agata Bolognese em parceria com os melhores estúdios de design automóvel, uns mais icónicos do que outros, mas permitindo sempre à Automobili Lamborghini consolidar o seu lugar no mercado.
Chegando ao novo século, a Lamborghini ainda estava assente no sucesso do Diablo, que continuou a ser produzido até 2001. No entanto, novos modelos e referências para o futuro da marca italiana estavam a ser estudados, produzidos e comercializados.
Depois de recordarmos alguns dos modelos da Lamborghini que ficaram para a história da marca, assim como do mercado automóvel, entre as décadas de 60, 70, 80 e 90, é tempo de viajarmos até ao início do novo milénio.
O Gallardo, apresentado no Salão Automóvel de Genebra de 2003, foi o primeiro veículo de produção da Lamborghini com um motor V10. Foi desde o início um sucesso comercial incrível, atingindo múltiplos recordes de vendas para a Lamborghini, sendo apelidado de “baby Lambo”.
Ferruccio Lamborghini já tinha sentido que havia um mercado para um Lamborghini “mais pequeno” e, acima de tudo, com um preço e custos de funcionamento mais baixos e, no início dos anos 70, encorajou o desenvolvimento do que viria a ser o Urraco, que evoluiu durante os anos 80 para o Jalpa. Em 1987, a Lamborghini iniciou o desenvolvimento do projeto L140, especificamente para criar um Lamborghini mais compacto. Ao longo dos anos foram desenvolvidos vários protótipos e exploradas várias soluções técnicas, incluindo um motor V8 numa primeira fase e depois um motor V10. Em 1998, depois de uma cuidadosa reflexão, foi decidido recomeçar do zero, tendo como base apenas o conceito, as dimensões gerais e a ideia de um motor de dez cilindros: algo nunca instalado num automóvel de estrada da Lamborghini.
O projeto de design começou em 2000 com base numa proposta inicial da “Italdesign-Giugiaro”, depois otimizada e concluída pelo recém-criado Lamborghini Centro Stile, dirigido por Luc Donckerwolke. A tarefa dos designers, exigente, mas ao mesmo tempo fascinante, era identificar os atributos formais do Lamborghini e combiná-los numa unidade totalmente individual. As dimensões do Gallardo e os seus objetivos de desempenho conferiram-lhe um atletismo compacto. A distância entre eixos do veículo e os balanços reduzidos deram-lhe um aspeto mais dinâmico. Uma parte fundamental do design icónico do Gallardo, que também se encontrava no Murciélago apresentado em 2001, era a forte influência aeronáutica, observada no cockpit de cabina para a frente integrado na carroçaria do veículo; no para-brisas de ângulo acentuado com pilares tensos; no tratamento complexo de superfícies planas atravessadas por marcas distintas; e na orientação dos elementos do sistema de arrefecimento na direção do fluxo de ar.
O concept S, de 2005, resultou do trabalho de Luc Donckerwolke, o diretor do centro de estilo da Lamborghini na altura. O carro, baseado no Gallardo, era totalmente descapotável, caraterizado pelo cockpit atravessado por uma peça longitudinal em cruz, que separa os bancos, e por uma aerodinâmica refinada, aperfeiçoada por um estudo cuidado das passagens de ar debaixo do carro, que foram aproveitadas para melhorar o seu comportamento dinâmico.
Em 2006, o conceito Miura, criado por Walter de Silva, na altura diretor de design do grupo Audi, era um claro revivalismo moderno das linhas do Miura da década de 1960 e 1970, que celebrava, nesse ano 40 anos desde o seu lançamento. Mesmo tendo sido um exercício do departamento de design, a pureza das formas e linhas claras, mantém-se como um exemplo até aos dias de hoje.
Em 2007, surgiu o Reventón, baseado no Murciélago, do qual foram produzidas apenas 20 unidades. O Reventón era um carro de rua levando ao limite, com um design feito de formas com ângulos muito definidos. Nesse ano também foi lançado o LP 640. A carroçaria era feita de CFC e fibra de carbono, com painéis aplicados num chassis de aço e CFC. O conjunto de faróis bi-Xenon, contêm díodos iluminados, e as luzes de sinalização: Na traseira, as luzes eram de LED, criando a forma de uma seta, quando estavam ligados. Muitas destas soluções, seriam mais tarde usadas nas unidades de produção da Lamborghini. Em 2009, foi lançada uma versão de tejadilho aberto, com uma produção de 16 unidades.
Em 2008, o Estoque, foi o primeiro modelo da quarta gama. Era um estudo para um Lamborghini de quatro portas, com o espírito de carro desportivo. Apresentado no salão automóvel de Paris, era logo à primeira vista, um verdadeiro Lamborghini, mas com motor numa posição frontal-média.
2010, foi ano do “Sesto Elemento”, que era uma forma de apresentar tecnologia, com a mecânica do Gallardo, num chassis em alumínio e fibra de carbono. Todos os painéis da carroçaria, assim como como componentes principais, que incluem peças estruturais dos interiores, são feitos de fibra de carbono, com o objetivo de reduzir o peso. O resultado foi um total 999 kg, o que fornecia uma relação peso-potência de 1.75 kg/CV. O Sesto Elemento, confirmava, mais uma vez, a posição da Lamborghini, como uma companhia de excelência na produção e uso da fibra de carbono.
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