Já há 23 dos países com mais de 5% de carros elétricos, Portugal ainda longe desse valor
Há um número chamado “ponto de viragem” em que o número de elétricos adotados é o suficiente para servir de catalisador para a mudança. Com 5% de carros elétricos no parque automóvel, os especialistas acreditam que a mudança de paradigma irá acontecer de forma mais rápida. Segundo a Bloomberg Green, já há 23 países em que esses 5% já foram atingidos.
Assim, há 23 países (EUA, Canadá, Canada, Austrália, Tailândia, e a maioria dos países da Europa, com a Espanha e a Hungria a entrarem recentemente neste clube) onde essa margem dos 5% já foi atingida, esperando-se, por isso, um crescimento mais acentuado da adoção dos carros elétricos.
E o caso português?
Basta andar pelas redes sociais para entender que os carros elétricos são um tópico sensível. Para uns, os elétricos são a tábua de salvação e mais nada faz sentido, para outros os elétricos são uma abominação que faz sentido apenas para muito poucos. Como em muitas coisas que vemos nas redes sociais, a resposta está a meio. Mas nota-se claramente que o consumidor português desconfia muito dos elétricos e o caso luso ainda está longe dos ditos 5%.
Segundos dados da ACAP de janeiro a julho foram matriculados 142 105 novos veículos ligeiros. Desses, 14,8% eram elétricos, 35,6% a gasolina, 21,4% a gasóleo, 10,0% PHEV a gasolina e 11,9% Híbridos simples. Os números de 2023 face a 2022 mostram um aumento substancial da entrada no parque automóvel nacional de novos veículos elétricos. O mês de março serve como bom exemplo, sendo que em 2022 e 2023 foi o mês em que mais carros elétricos foram matriculados. Em 2022 foram 1703, em 2023 foram 3549.
Assim, vemos que o mercado dos elétricos cresce a bom ritmo, e que tem muitos potenciais interessados, mas ainda estamos longe dos tais 5%, com apenas 2% de carros elétricos em Portugal (em março deste ano). Se os números atuais mostram uma tendência de crescimento do mercado dos elétricos no nosso país, não podemos esquecer que há flutuações na procura global e que o mercado elétricos perdeu alguma força nos últimos tempos, muito por culpa da inflação que fez os potenciais comparadores refrear as intenções. Quando Portugal irá chegar aos tais 5%? Difícil de saber para já. Será que os 5% irão de facto potenciar um aumento dos números. Depende de muitos fatores, pois não podemos esquecer que tecnologias alternativas aos elétricos continuam a ser desenvolvidas. Mas a “moda dos elétricos” apesar de ganhar força no nosso país, não parece ter ainda força suficiente para motivar uma revolução na mobilidade, pelo menos a curto prazo.
0 comentários