Indústria automóvel prepara-se para a próxima pandemia com novas tecnologias de desinfeção
A bofetada que o SARS Cov-2 deu à indústria automóvel, tal como já aconteceu em outras ocasiões quando encostada à parede, a resposta é imediata e já existem marcas que estão a estudar formas de tornar os seus carros à prova de vírus, utilizando novas tecnologias.
Não haja dúvidas: a indústria automóvel está a investigar formas de tornar os veículos á prova de vírus para ganhar a confiança dos clientes após a passagem da Covid-19. E ideias não faltam.
A Geely, dona da Volvo, diz que o seu crossover elétrico Icon foi desenhado com um sistema de filtragem N95, equivalente a uma máscara respiratória que filtra 95% as partículas transportadas pelo ar. Isto foi anunciado em março – sem grande divulgação na Europa – e nas semanas seguintes, mais marcas chinesas anunciaram medidas de esterilização para cidades, sistema controlados pela rede 5G circulando, de forma totalmente autónoma, espalhando desinfetante.
Em maio, a Hyundai lembrou a utilização de luz ultravioleta como técnica de desinfeção, alvitrando a possibilidade de colocar essa luz no conjunto de luzes colocado na consola do tejadilho. À noite, sem ninguém no carro e controlado por uma aplicação do telemóvel, a luz liga-se e desinfeta o interior. Esta semana, as marcas do grupo PSA (Peugeot, Citroen, Opel, DS) passaram a desinfetar os carros dos seus clientes com produto anti bactéria e antivírus em 29 pontos de controlo.
Um estudo da IHS Markit, feito em cinco países, indicou que 80% dos condutores não se importariam de pagar um extra no preço do veículo para ter uma tecnologia dentro do veículo que o esterilizasse, e outro estudo da Cox Automotive, diz que um terço de compradores de veículos pensa em tecnologias que melhorem a qualidade do ar numa futura compra.
Foram estes dois estudos que espoletaram a corrida aos desinfetantes e esterilizadores para as marcas equiparem os seus veículos com estas tecnologias. A Fiat Chrysler Automobiles, através de um porta voz, confirmou que os eventos recentes ditaram um reforço da investigação sobre tecnologias de esterilização dos veículos e de filtragem, para melhorar o ar dentro dos veículos. Nesse sentido, a FCA “está em busca de matérias anti micróbios e vírus e superfícies interiores facilmente laváveis e esterlizáveis.”
Tal como a ideia da Hyundai, a GHSP, uma empresa norte americana de tecnologia, apresentou uma luz UV-C na CES que, assegura, esteriliza um veículo com a ajuda de sensores que detetam não haver ocupantes e, automaticamente, cumpre ciclos de limpeza quando necessário. E este sistema da GHSP já está a ser usado dos EUA.
A Faurecia, um dos “major players” do segmento do “after market” e peças, referiu que “temos de, rapidamente, combinar o rápido desenvolvimento e a avaliação daquilo que aprendemos da comunidade médica com as necessidades da indústria automóvel em termos de segurança e durabilidade.”
Outros “players” já estão a usar geradores de ozono para esterilizarem o interior dos veículos. Porém, como se tem visto em alguns países, a memória é curta e o mais ligeiro alívio das restrições coloca tudo em causa. Esperemos que quando o Covid-19 desaparecer ou pelo menos se tornar mais uma doença corrente, os investimentos continuem e haja mesmo soluções para esterilizar os veículos e lutar não só contra o SARS Cov-2, mas também contra muitas outras doenças.
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