Grupo VW quer criar grupo de marcas “Super Premium”
A estratégia não é nova e já foi adotada, entre outras, pela Ford com o Premier Automotive Group (PAG), nascido em 1999 e desmantelado entre 2006 e 2010 com a venda ou o desinvestimento nas marcas que compunham (Lincoln, Mercury, Aston Martin, Jaguar, Land Rover e Volvo) depois da marca da oval azul ter gasto 17 mil milhões de dólares a formar o PAG. Impossível de controlar tamanho barco, a Ford vendeu 92% da Aston Martin em 2007, a Rover e a Mini foram entregues á BMW em setembro de 2006, a Jaguar e a Land Rover vendidas á Tata em março de 2008 (embora o nome Rover fosse recuperado pela Ford para defender a Land Rover) e a Volvo à Geely em 2010. Acabava o PAG por onde passaram homens como Wolfgang Reitzle (1999 – 2002), Mark Fields (2002 – 2005) e Lewis Booth (2005 – 2008). Contas feitas, a Ford vendeu tudo, “matou” a Mercury e só se salvou a Lincoln.
Ora, o Grupo Volkswagen deseja agrupar a Bentley, Bugatti, Porsche e Lamborghini no mesmo grupo, aliviando, também, a Audi da Lamborghini que, assim, passaria a estar dependente da Porsche em termos técnicos.
Ainda não existe este grupo, mas o CEO do grupo VW, Herbert Diess, deixou claro que o caminho para esta solução já está pavimentado e que será uma realidade mais cedo que tarde. Com isto, será criado um gigante que, segundo avaliações feitas pela Bloomberg e difundidas pela Automotive News Europe, valerá qualquer coisa como 120 mil milhões de euros!
A ideia por trás da criação deste grupo de marcas tem como objetivo ajudar na eficiência do grupo Volkswagen, particularmente na geração de mais valias para os acionistas, que viram o valor bolsista do grupo VW cair 19% em 2018 para um valor total de mercado estagnado nos 67 mil milhões de euros. Com a localização de todas estas marcas que, juntas, valem 60% dos lucros do grupo VW, num só grupo, as mais valias serão maiores do que distribuídas dentro de um aglomerado de marcas.
Poderá, também, estar a ser preparada com esta situação, uma abertura do capital em bolsa do Grupo VW e o CFO (diretor financeiro) Frank Witter, não descarta essa possibilidade. “É uma questão que se coloca, sem sombra de dúvidas!” Recordamos que o grupo VW está já a preparar para uma futura oferta pública de venda da divisão de veículos pesados (onde está a Scania e a MAN, ndr) tendo reestruturado as empresas para as tornar mais eficientes e com maiores lucros, seduzindo, assim, os investidores. Mas Witter não deixa de colocar água na fervura, quando diz que “atualmente, isso não é uma prioridade e a gestão não está a trabalhar nisso.”
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