Gerard Detourbet, o “senhor Dacia” faleceu aos 74 anos
Pouco conhecido fora dos muros da Renault, Gerard Detourbet foi um homem essencial à Renault desde que lá entrou em 1971.
Detourbet entrou na casa francesa para a direção informática e em vinte anos de Renault, trepou todos os degraus até chegar à direção da área mecânica, onde as coisas não correm muito bem, sendo colocado numa prateleira no Tecnocentro Renault.
Nessa altura, a casa francesa precisava de técnicos para alimentar dois enormes projetos: Nissan e Dacia. Detourbet segue para a Roménia quase como bagagem de Jean Marie Hurtiger, o designer do Logan. Era o começo da segunda carreira de Gerard Detourbet, pois foi encarregue de voltar a colocar em funcionamento a fábrica de Pitesti e começar a fabricar o Logan. Não terá sido fácil, bem longe numa Roménia arrasada, conseguir fabricar um carro e montar uma indústria.
Mas Detourbet, era uma pessoa determinada e conhecendo o que tinha de fazer, rapidamente leva a água ao seu moinho, inventando uma engenharia frugal e gerindo de forma perfeita as equipas ao seu dispor.
Após o Logan, seguiu-se o Sandero e o Duster, uma gama “low cost” que representa, hoje, mais de 40% das vendas da Renault. Em 2011, já com idade para se reformar, Carlos Ghosn entrega-lhe o projeto do Kwid, um ultra “low cost”. Detourbet segue para a India e em Chenai, reúne uma equipa de 350 pessoas, incluindo muita juventude, e consegue trabalhar sem pressão por estar bem longe de Billancourt (Renault) e de Yokohama (Nissan). O Kwid foi lançado na India no final de 2015 e foi um enorme sucesso, de tal ordem que a Renault leva-o para o Brasil.
Foi o derradeiro projeto de Gerard Detourbet, o “senhor Dacia”: a doença do século 21 atingiu-o, fulminantemente, em 2017 tendo falecido na sexta feira passada com 74 anos.
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