Carlos Tavares: “O que foi decidido não foi o mais inteligente, mas agora o melhor é avançar” (Áudio)
Carlos Tavares: “A decisão-chave foi a fusão com a Fiat Chrysler” (Áudio)

Fusão PSA/FCA vai oferecer monstruoso desafio a Carlos Tavares

By on 4 Novembro, 2019

A fusão entre os dois grupos já foi digerida por quase todos e se quem detém títulos da FCA rejubila com os 11% de crescimento em bolsa e com os mais de 5 mil milhões de euros entregues à guisa de dividendos, quem apostou na PSA viu o valor por ação contrair 14%, ao se aperceber que vão pagar 32% de prémio para comprar a FCA.

Contas à parte, a nova empresa terá uma proporção 50/50 para cada um dos sócios e vai gerar, sem contar com hipotéticos fechos de fábricas, uma mais valia em sinergias de 3,7 mil milhões de euros. Isto sem contar com o facto de ser criado o quarto maior grupo mundial da industria automóvel.

Ora, mantendo Carlos Tavares como o CEO desse colosso, agora mundial, a tarefa do gestor português ameaça ser, também ela, colossal. É verdade que o “Toque de Midas” de Tavares funcionou perfeitamente no PSA Group e na Opel, mas para integrar as deficitárias operações europeias da Fiat Chrysler Automobiles num grupo estabilizado e rentável.

Percebe-se que a FCA tenha acelerado as negociações, pois os relatórios de contas do grupo italo americano mostram perdas assinaláveis na Europa e, segundo alguns analistas, como o citado pelo Automotive News Europe, Jean-Pierre Coriniou, da consultora SAI, “a Fia Chrysler Automobiles está numa situação muito difícil!” Segundo os dados conhecidos, apenas a Jeep e a Ram são interessantes e têm bons resultados e no Velho Continente, as fábricas da FCA em Itália, funcionam perto dos 50%. As vendas das marcas europeias da FCA (Fiat, Jeep, Lancia, Chrysler, Alfa Romeo e Maserati, caíram 10% nos primeiros 9 meses de 2019, dados da ACEA.

O contraste com a PSA é evidente, mas apesar desta situação da FCA, há muitas vantagens para o lado francês, nomeadamente, a exposição ao mercado norte americano, tradicionalmente o mais lucrativo da indústria automóvel. Os analistas depositam grande fé em Carlos Tavares, ele que virou o jogo na PSA e na Opel. Segundo o influente analista da Bernstein, Max Warburton, citado pelo Automotive News Europe, “o modo de funcionamento de Carlos Tavares é tomar conta de empresas deficitárias, corrigi-las rapidamente e coloca-las a dar lucro. Acreditamos que ele vai conseguir fazer algo semelhante com as marcas do grupo FCA.”

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