Fique a conhecer os planos de todas as marcas europeias para a mobilidade elétrica (Parte 1)
Todas as marcas, maiores ou menores, têm corrido, aceleradamente, para os braços da mobilidade elétrica, fugindo a sete pés do verdadeiro nó górdio lançado pelos governantes com a redução drástica da média de emissões de CO2 de toda a gama e propondo penalizações duríssimas para quem ficar fora dos limites. Esperam-se, naturalmente, alçapões na lei para não exaltar em demasia os ânimos, porém todas as marcas terão de deitar mão à eletrificação para chegar perto dos limites. O que acontecerá a esses veículos, é outra questão. Certo é que há muitos planos e o AUTOMAIS revela-los todos neste especial elétrico.
ASTON MARTIN
Andy Palmer é um adepto dos motores grandes, mas também dos veículos elétricos e por isso a Aston Martin está comprometida com a eletrificação da sua gama. O primeiro modelo será o Rapide E, ainda este ano. É uma versão elétrica do Rapide S que despe o motor V12 em favor de motores elétricos sem nobreza e baterias de iões de lítio. Diz-se que o carro terá 605 CV e 1.000 Nm e chegará dos 0-100 km/h em quatro segundos. Para manter a aura desportiva da marca, os engenheiros da Aston Martin asseguram que o Rapide E seja capaz de manter a velocidade máxima de 250 km/h durante 10 minutos de forma consecutiva. Recordamos que a Aston Martin escolheu a Williams Advanced Engineering para lhe fornecer o pacote de baterias e o carregamento rápido DC 350 kWh, que começam a surgir nos EUA e no Velho Continente. Esta primeira incursão da Aston Martin no mundo da eletrificação, será uma edição limitada de 155 exemplares, mas outros modelos se vão seguir, desde berlinas de quatro portas a SUV, mas debaixo da marca Lagonda. A produção será feita no País de Gales. Curiosamente, a Aston Martin tem estado a fazer conversões de modelos clássicos para motorização elétrica.
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GRUPO BMW
A marca de Munique já vai adiantada nesta via elétrica desde a criação da BMW i e que já fez nascer o i3 e o desportivo i8 em 2013 e 2014, respetivamente. A casa alemã tem estado a experimentar a hibridização e, em 2019 os Série 3, 5 e 7, conhecerão novos modelos e continuará a BMW a aumentar a gama de modelos híbridos a gasolina e gasóleo. As marcas Mini e Rolls Royce também vão receber motorizações híbridas, sabendo-se que o Grupo BMW irá oferecer 12 modelos elétricos nas três marcas do grupo. Já a marca i, vai continuar a crescer, sendo os próximos modelos o ioX3 (uma versão elétrica do SUV X3), está quase pronto o i4, uma versão elétrica da segunda geração do Série 4, mas inspirado no iVision Dynamics, revelado no Salão de Frankfurt de 2017. Será lançado em 2021. O i3 conhecerá uma nova geração, mas será difícil que a BMW substitua o i8. No seu lugar, deverá surgir um supercarro com mais de 700 CV, continuando a ser híbrido, mas com um motor diferente do atual 1.5 litros com 3 cilindros que está no i8.
A Mini também vai ter modelos puramente elétricos, depois de uma primeira experiência com 600 modelos construídos em 2008. Passados dez anos, a Mini vai levar para a produção em série, com o Mini Eletric a ser lançado este ano, aproveitando a tecnologia do BMW i3. Não há nenhuma informação sobre detalhes técnicos.
A marca de luxo da BMW entrou no mundo da eletrificação em 2011, com um Phantom conhecido como 102EX, para perceber o que pensam os seus clientes. Trocar o V12 da BMW por um motor elétrico num Rolls Royce não é simples e quase todos os clientes queixaram-se da limitada autonomia. Por essa razão, a Rolls Royce afastou-se da eletricidade e manteve-se fiel ao V12 a gasolina. Oito anos depois, a casa britânica regressou ao tema. Não tendo interesse em abraçar a hibridização, o mais provável é que surja um Phantom elétrico, mesmo que a Rolls Royce saiba que os seus clientes preferem o V12 ao motor elétrico. Sabem porquê? Porque com as novas regras de emissões, há necessidade da Rolls Royce ter na sua gama um produto puramente elétrico para continuar a vender os V12, afinal aquilo que todos os clientes da centenária marca britânica desejam. Não quer isto dizer que a Rolls Royce, daqui a alguns anos, não tenha de optar pelos híbridos. Veremos.
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DAIMLER GROUP
Para o gigante alemão, a eletrificação é parte fundamental para se manter na crista da onda em termos tecnológicos, tendo para gastar nada menos que 10 mil milhões de euros num programa que vai lançar mais de 130 modelos eletrificados (elétricos e híbridos) entre 2019 e 2026.
Na Mercedes já está lançada a marca EQ e o primeiro produto, o EQ C está a chegar ao mercado, alinhando-se com o GLC. Teve um começo com o pé esquerdo devido à autonomia anunciada, acabando por reduzir-se para os 400 km. Será o rival de modelos como o Audi E-tron, Tesla Model X e o Jaguar i-Pace. Seguir-se-á o EQA, alinhado com o Classe A, uma réplica do Classe V, denominado EQV e o EQ S, modelo que fica entre o Classe E e o Classe S, sendo o mais avançado tecnologicamente. Todos eles vão surgir só em 2022, mas a gama EQ terá 10 modelos diferentes e, espera a Mercedes, toda a gama com motores de combustão interna terá uma variante eletrificada, seja com os “mild hybrid” com tecnologia 48 volts e motor de arranque/gerador, híbrido convencional e híbridos “Plug In”.
No caso da Smart, já se sabe desde 2017 que iria virar marca puramente elétrica a partir de 2020, ano em que acabarão os motores de combustão interna para a Smart. Portanto, fica evidente, que a próxima geração do ForTwo (a quarta) só terá motores elétricos. Muito provavelmente não haverá ForFour pois a colaboração entre a Renault e a Mercedes para produção partilhada do Twingo e do ForFour e também o ForTwo, poderá ter os dias contados. Fica, também, por saber se a smart irá sobreviver a esta mudança e a Mercedes não decide acabar com a marca e colocar a Mercedes a fazer os carros citadinos e utilitários da smart.
Porem, esse seria uma decisão a tomar mais adiante, até porque há ideias bem interessantes para a marca smart que podem salvá-la, como, por exemplo, este protótipo da imagem.
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E se o próximo Smart, que será elétrico, fosse assim?
FIAT CHRYSLER AUTOMOBILES (FCA)
No que toca á eletrificação, a FCA está na cauda do pelotão, muito por culpa da resistência de Sergio Marchionne, não se vislumbrando, sequer, modelos híbridos na gama FCA. Porém, como nos confessou Artur Fernandes, diretor geral da FCA em Portugal, em entrevista, o departamento de pesquisa e desenvolvimento foi liberto das amarras e estão a trabalhar a fundo para oferecer modelos elétricos e híbridos na Alfa Romeo, Fiat e Maserati, ficando para outras núpcias as marcas americanas.
Regressada á Fórmula 1 e revitalizada por uma gama curta, mas muito competitiva, a Alfa Romeo continuar a tentar posicionar-se como adversária da BMW. Até agora, não tem conseguido esse objetivo, muito por culpa da falta de novas tecnologias. Isto porque a Alfa Romeo, como o AUTOMAIS já explicou, apostou tudo no desenvolvimento de uma plataforma fabulosa e uma gama de motores que pede meças a qualquer outra marca. O plano da Alfa Romeo contempla uma motorização híbrida com mais de 600 CV, que será aplicada na variante de duas portas do Giulia (que poderá recuperar o nome GTV) e que se posicionará acima do atual Giulia Quadrifoglio. Claro que o Giulia e o Stelvio e o novo Giulietta, desconhecendo-se o que acontecerá com o futuro do Mito, receberão alguma eletrificação. O departamento de pesquisa e desenvolvimento, preconiza três soluções híbridas: turbocompressor elétrico com tecnologia de 48 volts, modelo híbrido gasolina-elétrico e híbrido Plug In. Não há planos para um Alfa Romeo EV. Porém, a Alfa Romeo tem na manga algo espetacular: o regresso do 8C, um supercarro com motorização híbrida com um motor de combustão interna com duplo turbo que enviará mais de 700 CV para as rodas traseiras, tendo tração dianteira com o auxílio de motores elétricos. Promete a Alfa Romeo um tempo na aceleração 0-100 km/h em menos de 3 segundos.
Lembram-se do Fiat 500e que a marca italiana lançou na Califórnia para cumprir com as regulações daquele estado norte americano? Aquele que Marchionne pediu que não fosse comprado pois a FCA perdia dinheiro em cada veículo vendido? Estará de regresso em 2020, com venda global e tecnologia diferente. Para reforçar o seu apelo, a Fiat vai lançar uma carrinha citadina inspirada no 500 Giardinera, espécie de resposta à Mini Clubman, mas mais revivalista.
Marca reservada ao mercado italiano, a Lancia parece um personagem da série “Dead Walking”, um moribundo que sobrevive com a monocultura do Ypsilon depois de ter dado ao Mundo carros como o Appia, o Aprilia, o Delta, o Deltona e ter um palmarés nos ralis verdadeiramente invejável. Alguns foram levados a pensar que a FCA poderia, com a mobilidade elétrica, energizar a marca e lançar um ou dois pares de modelos elétricos e, quem sabe, uma versão desportiva. Infelizmente, o Ypsilon não terá sucessor e a Lancia vai levar o tiro final que a colocará no mausóleo da FCA lado a lado com a Autobianchi, não vivendo o suficiente para experimentar a nova geração de mobilidade.
Confirmado o Alfieri, protótipo revelado em 2014 e que já esteve para ser produzido, voltou atrás, mas parece que é agora que vai ajudar a casa do Tridente a recuperar do coma em que se encontra. O novo coupé contará com versões elétricas e híbrida Plug-in, deverá ser oferecido fechado e descapotável. Com a mesma configuração híbrida que vai ser utilizado no Alfa Romeo GTV, o Alfieri pode chegar dos 0-100 km/h em dois segundos. Sabem o que isto quer dizer? Que a Maserati tem como alvo o novo Tesla Rosdster. A Maserati vai substituir o Levante e o Quattroporte, adicionando um SUV mais pequeno, sendo que todos terão previsto algum nível de eletrificação. Já o Ghibli, não deverá, para já, ter substituto, nem versão eletrificada.
Na casa de Maranello, as mudanças são mais que muitas e até incluem um inédito e inesperado SUV chamado Purosangue. E depois do LaFerrari, um modelo híbrido lançado em 2013. O futuro da Ferrari está orientado para majorar os lucros e por isso vão surgir 15 novos modelos até 2022. Além do SUV que já referimos, o 488 GTB já tem um modelo híbrido em desenvolvimento que o irá substituir, num esforço para eletrificar cerca de 60% da gama Ferrari até 2020. Não se sabe muito bem como será o sistema híbrido da Ferrari, mas tendo em conta o que sucedeu com o sistema de tração integral do Ferrari FF, o primeiro carro da casa de Maranello 4×4, e que é de uma complexidade e eficácia fantástica, não espantaria que a Ferrari surpreendesse com um sistema diferente e inspirado na F1. O motor térmico poderá ser um V6 com 1.6 litros.
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JAGUAR LAND ROVER (JLR)
Assolado por prejuízos colossais, o grupo JLR parece encaminhar-se para uma eletrificação total. Em 2017, anunciaram que todos os Jaguar e Land Rover revelados depois de 2020 teriam variantes eletrificadas, mantendo oferta de motores de combustão interna. A hibridização será uma realidade, com ofertas de mini híbridos com 48 volts ou híbrido Plug in, além de motorização puramente elétrica.
JAGUAR
A Jaguar está muito tentada a virar marca puramente elétrica, depois do sucesso que tem sido o i-Pace, que é o primeiro e único modelo elétrico a sua gama. A partir de 2020, tudo poderá ser diferente. A ideia está em cima da mesa e pode transformar a Jaguar numa Tesla, oferecendo modelos SUV e berlinas, com foco nos substitutos do XJ (rival do tesla Model S), um SUV que vai tomar o lugar do CE e do XF e um desportivo que tomará o lugar do F-Type, que desaparecerá no final do seu ciclo e vida. Tudo isto está dependente da luz verde dos responsáveis da Jaguar.
LAND ROVER
Segundo os planos da marca, será introduzida a eletrificação em toda a gama do construtor até 2020, estando em estudo o lançamento de uma versão totalmente elétrica de um Range Rover com foco, apenas, na utilização em estrada e que teria como plataforma a mesma que vai ser usada na próxima geração do XJ. Aprazado para 2020 e com uma autonomia perto dos 500 quilómetros, o novo modelo poderá sofrer forte atraso devido às condições financeiras débeis da Jaguar Land Rover. Para lá deste modelo puramente elétrico, a gama da Land Rover e da Range Rover continuará a receber versões híbridas, sejam elas pequenos híbridos com tecnologia 48 volts, sejam eles Plug in. E sabe-se, já, que o novo Defender terá uma versão híbrida.
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KOENIGSEGG
Não vale a pena abrir a boca de espanto, pois a marca de Christian von Koenigsegg já tem alguma experiência neste campo dos híbridos. Porém, o sueco quer usar a eletrificação para levar o mais longe possível em termos de potência, prazer de condução e baixos consumos, o motor de combustão interna. Uma forma diferente de abordar a questão, mas cujo cenário é o mesmo de todos: cumprir os limites de emissões. Um passo importante é a colaboração com a NEVS (National Electric Vehicles Sweden), empresa que ficou com a Saab e produz em pequena escala modelos Saab eletrificados, que lhe vai fornecer um motor muito especial sem veios de excêntricos. Mas mais novidades só no Salão de Genebra, onde a Koenigsegg vai revelar um carro totalmente novo.
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