Falta de metais raros pode atrasar planos para a mobilidade elétrica
Não falta muito para as datas limites impostas pela União Europeia no que diz respeito à mobilidade elétrica. Mas, como há muito se temia, a falta de alguma matéria-prima, nomeadamente metais raros, poderá colocar um travão na nova mobilidade.
Metais como o disprósio, neodímio, manganês e nióbio são já por si raros e atualmente não são extraídos a um ritmo suficiente para fazer face à crescente procura. A McKinsey (empresa de consultoria empresarial americana) já lançou um aviso recentemente sobre a potencial escassez de metais essenciais para a transição para as energias limpas, afetando a produção de veículos elétricos, turbinas eólicas, bem como de painéis solares. O relatório prevê uma falta de disponibilidade de 10 a 20% de níquel, (usado nas baterias de iões de lítio), e de 70%, para o disprósio (habitualmente utilizado nos motores elétricos), já em 2030.
Isto vai levar inevitavelmente ao aumento de custos que ser irá refletir no custo do produto final. A necessidade de mais extração mineira é aqui uma faca de dois gumes, pois por um lado permite uma transição energética há muito pedida, mas por outro, aumenta o impacto ambiental dessas explorações.
No entanto, Anders Karrberg, diretor de sustentabilidade global da Volvo Cars, em declarações à Automotive News Europe, considera esses receios exagerados no que diz respeito à fabricação de veículos automóveis ligeiros, argumentando que podem ser usados outros tipos de elementos na fabricação dos carros e que as quantidades usadas não são tão elevadas quanto nas turbinas eólicas e nos camiões.
A indústria automóvel já deu provas que se sabe reinventar e a crise dos microprocessadores levou a que algumas marcas repensassem a forma como constroem os carros e os sistemas integrados. É mais um desafio que terá de ser ultrapassado, mas mostra também a os problemas que a nova mobilidade trazem e que devem ser pesados de forma cautelosa.
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