Europa quer um acordo comercial com os EUA focado nos automóveis
A União Europeia não deseja um acordo comercial entre o Velho Continente e os Estados Unidos da América que inclua produtos agrícolas, estando focada na negociação de um acordo para bens industriais e automóveis.
Cecilia Malmstrom, comissária do comércio da União Europeia, referiu que um acordo comercial sobre produtos industriais poderá ser mais facilmente encontrado entre ambas as partes, restaurando a confiança entre os dois maiores blocos comerciais, danificada devido às tarifas aplicadas pelos EUA no aço e no alumínio.
Sustentou, ainda, que “se começarmos com os bens industriais, que são muito menos complicados e que são benéficos para ambas as partes, certamente conseguiremos reconstruir a confiança entre os dois lados”, no final de uma reunião com Robert Lighthizer, representante comercial dos EUA.
Recordamos que há três anos que a União Europeia e os Estados Unidos da América, tentam negociar um acordo comercial que satisfaça ambas as partes, mas as negociações emperram, sempre, na concessão de uma maior abertura de acesso dos produtos agrícolas norte americanos ao mercado europeu, incluindo os produtos geneticamente modificados, entre eles, vinho e queijos.
Recordamos que a União Europeia retaliou contra as taxas aduaneiras impostas pela administração Trump ao aço e alumínio produzido na Europa, aplicando taxas elevadas a vários produtos norte americanos, desde as motos Harley Davidson ao uísque americano (Bourbon). E tentou aplicar o “artigo 232” de taxas aduaneiras aos automóveis e peças importados, esgrimindo como argumento, questões de segurança nacional. Esta decisão é vista como uma arma de arremesso para as negociações entre os EUA e a Europa e Japão, para que estes façam uma redução e eliminem, mesmo, algumas das taxas sobre os produtos americanos.
Donald Trump disse a Jean Claude Juncker, presidente da União Europeia, que não iria impor esse tipo de taxas elevadas aos automóveis importados da Europa, caso as negociações conhecessem progresso.
Tem havido progressos e por isso as taxas continuam iguais, mas está longe o acordo dentre as duas partes, sempre com os produtos agrícolas como pano de fundo. Divisões dentro da União Europeia – guerras de alecrim e manjerona entre a Alemanha e a França, com a primeira a querer avançar depressa, a segunda a ter as habituais indecisões e protecionismo interno – têm atraso o processo e por isso, Cecilia Malmstrom salientou que dentro de uma mão cheia de semanas, têm de existir condições para recomeçar as negociações, focadas nos bens industriais e no automóvel. Os Europeus querem ver incluídos nas conversações, a produção automóvel e de peças e acessórios. A comissário para o comércio da União Europeia apelou à Administração Trump que tome a liderança na reforma da Organização Mundial do Comércio, já com 24 anos, cujas regras falharam de forma clara na abordagem aos modernos problemas comerciais do Mundo.
“Se não salvarmos a ordem mundial, ela pode ser substituída por outra coisa e, provavelmente, não vamos gostar do que vai acontecer” concluiu Malmstrom.
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