Europa exporta carros (muito) usados para África: o ‘desviar’ de um problema…
O continente africano está a tornar-se no destino final de uma parcela significativa dos carros usados, na sua grande maioria, originários da Europa. Num estudo feito pelo “Netherlands Human Environment and Transport Inspectorate, Ministry of Infrastructure and Water”, tendo em conta a transição para veículos elétricos que se está a processar no mercado europeu, isto depois da decisão da Comissão Europeia de banir motores a combustão até 2035, os carros usados estão a alimentar os mercados africanos.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), a África já recebe 40% de todos os veículos usados, a maioria com idades entre 16 e 20 anos, chegando ao destino sem peças e continuando a poluir além do normal até o final de sua vida útil.
Tudo isto tem a ver com o contexto económico que se vive na grande maioria dos países africanos, e por isso é natural esta exportação de carros usados para África, que tem aumentado nos últimos anos. Há, obviamente, preocupações com o impacto ambiental, mas a solução neste caso não é nada fácil.
Muitos desses veículos exportados não possuem inspeção válida e não atendem aos padrões de segurança e ambientais dos países de origem. Especialistas em meio ambiente defendem a proibição da exportação de carros usados após determinado tempo de uso, a nível europeu, como uma solução possível. Alguns países africanos já começaram a impor regras próprias, como limites de idade e emissões de carbono para carros usados importados. Existe uma vontade política crescente de abordar essa questão, tanto por parte dos países europeus como dos africanos, mas este é um problema que a UE deveria olhar com outra atenção criando regras muito mais apertadas.
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