Espace F1: Quando a Renault colocou um V10 num monovolume
Há marcas que gostam de marcar o aniversário de modelos importantes ou icónicos. Uma festa especial, uma versão comemorativa. Depois há a Renault que sempre gostou de fazer as coisas à sua maneira. Foi o que fez com o projeto Espace F1, um dos projetos, mas loucos e originais dos anos 90.
Em 1984, a Renault lançou a Espace, um modelo inovador que revolucionou o mercado automóvel. O Espace foi o primeiro monovolume europeu a ser comercializado, oferecendo um espaço interior amplo e modular, ideal para famílias e atividades de lazer. Ao longo de cinco gerações, a Espace adaptou-se às necessidades dos consumidores, incorporando novas tecnologias e designs modernos.
Em 1994, a Renault comemorou o 10º aniversário da sua Espace com um modelo único e… louco : a Espace F1. Equipada com um motor V10 de 3.5 litros e 800 cv retirado do carro de Fórmula 1 da Williams-Renault FW15C, a Espace F1 se tornou no monovolume mais rápido da história, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 2,8 segundos e atingir uma velocidade máxima de 312 km/h.
O legado da Renault na competição automóvel é imenso, especialmente na F1. A marca francesa esteve representada em 723 GP como fornecedora de motores ( 169 vitórias, 213 pole positions, 176 voltas mais rápidas, 463 pódios). Em 1994, fornecia motores à Williams, que dominava a F1 nessa fase (de 1991 a 1997 foram campeões 5 vezes e duas vezes vice-campeões). A criação da Espace F1 foi resultado da colaboração entre a Renault, Matra e a Williams (Sir Frank Williams esteve sempre muito próximo do projeto).
A instalação do motor V10 (usado no FW15C) na Espace F1 foi um desafio enorme para os engenheiros da Renault. O motor teve que ser instalado na posição central entre os bancos dianteiros. Isso exigiu uma série de modificações no chassi e na carroçaria, com uso de fibra de carbono. O motor V10 de 3,5 litros, naturalmente aspirado, produzia originalmente entre 700 a 780 cavalos de potência. Contudo, a Renault Sport realizou ajustes específicos para o modelo Espace F1, alcançando 820 cavalos. Este motor estava acoplado a uma transmissão sequencial de seis velocidades, semelhante à utilizada na F1, possibilitando que o veículo atingisse 100 km/h em 2,8 segundos, 200 km/h em 6,9 segundos e uma velocidade máxima de 312 km/h.
Nomes como Alain Prost, David Coulthard e Jean Ragnotti conduziram a infernal carrinha que faz este ano 30 anos. Um projeto digno de ser relembrado pela sua loucura e por misturar dois mundos que pareciam ser tão miscíveis como água e azeite. Uma de tantas belas história da marca do losango.
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