Equipa de F1 vai acelerar o processo de produção dos EV da Mercedes

O mundo dos veículos elétricos cresce a uma velocidade quase estonteante e a Mercedes não quer ficar para trás. Para isso, vai usar um grande trunfo que tem na manga: a sua equipa de F1.

A Mercedes-Benz envolveu a sua equipa de Fórmula 1 no processo de engenharia para construir veículos elétricos mais eficientes, reduzindo os tempos de desenvolvimento num quarto (ou mais), à medida que inicia esforços para acompanhar o ritmo da Tesla. A Tesla tem sido a referência no mercado de VE e as marcas começam a olhar de forma cada vez mais séria para o construtor americano. Assim, a Mercedes atira-se de cabeça, usado o conhecimento e o trabalhos dos engenheiros da F1.

No ano passado, a Mercedes apresentou o seu concept car, o EQXX, um veículo elétrico super-eficiente capaz de uma autonomia de mais de 1200 km, desenvolvido em conjunto com a equipa de F1. O EQXX demorou apenas 18 meses a ser desenvolvido, com o apoio das mentes que trabalham no Grande Circo, retirando maior eficiência dos motores elétricos, da aerodinâmica e da resistência ao rolamento. Isso permitiu-lhe percorrer mais de 1.200 km de Estugarda a Silverstone, em Inglaterra, com uma única carga, gastando 8,3 quilowatts-hora de energia por 100 km. A Tesla afirma que o seu Model 3 de longo alcance gasta 16 kWh por 100 km.

Além da ajuda dos engenheiros da F1, a Mercedes desenvolveu um modelo digital da sua fábrica em Rastatt para permitir a replicação do modelo de montagem do carro, de modo a permitir que este seja construido quer na Hungria e na China e, assim, acelerar a mudança física da fábrica para construir os novos EVs.

“Temos uma vantagem aqui com a Fórmula 1 que os outros não têm”, disse o Diretor de Tecnologia da Mercedes, Markus Schaefer. “A Tesla não a tem. As outras equipas não a têm”. Graças a esta nova abordagem e com a ajuda dos homens e mulheres da F1, a Mercedes reduziu o tempo de desenvolvimento de novos veículos de uma média de 58 meses, desde os primeiros desenhos até à produção em massa, para “cerca de 40 meses”. Para os modelos derivados – modelos semelhantes construídos utilizando a mesma plataforma – o objetivo é “cerca de 30 meses”.

Os fabricantes chineses de veículos elétricos reduziram o tempo de desenvolvimento para uma média de 2,5 anos (30 meses ) e estão a lançar modelos inovadores e mais baratos na Europa.

A Mercedes AMG High Performance Powertrains (HPP) em Brixworth, tem agora, pelo menos meia dúzia de novos projetos de desenvolvimento de peças para modelos Mercedes destinados para a estrada – baterias, inversores e novas gerações de motores.