E se a VW, Stellantis e Renault se unirem para fazer frente à ofensiva chinesa?
Novos tempos exigem novas soluções. A eletrificação tem-se revelado num grande desafio para as marcas europeias, com a chegada em força das marcas chinesas e a força crescente da Tesla. A ofensiva chinesa deve ser encarada com todas as cautelas e os grandes grupos europeus começam a ponderar uma possível união para fazer frente a esta nova era.
A Volkswagen, a Renault e a Stellantis, estarão a considerar unir forças para produzir veículos elétricos (VE) mais baratos, como medida para competir com a Tesla e os rivais chineses. A urgência surge devido à perda de terreno dos fabricantes europeus face aos seus concorrentes. Ideias como a partilha de recursos de desenvolvimento, a fusão de empresas transfronteiriças e a formação de uma “Airbus dos automóveis” estão a ser consideradas para fazer face à concorrência.
Prevê-se que 2024 seja um ano difícil para as vendas de VE, mas acredita-se que a procura acabará por aumentar, embora o principal obstáculo continue a ser o custo, com os consumidores a terem de gastar mais em seguros e a enfrentarem custos iniciais mais elevados. Os fabricantes europeus estão a trabalhar em novos modelos VE acessíveis, enquanto a Mercedes e a BMW planeiam lançar veículos eléctricos com tecnologia melhorada até 2025. Mas para haver propostas mais baratas é preciso que as marcas encontrem formas de fazer carros mais baratos e é aqui que a ideia da união entra em cena.
Há um “perfeito reconhecimento de que, no futuro, as empresas que não estiverem preparadas para enfrentar a concorrência chinesa se colocarão em apuros”, disse Carlos Tavares, CEO da Stellantis, numa entrevista na semana passada, citado pela Automotive News Europe. Já Luca de Meo, CEO da Renault, Luca de Meo, avançou com a ideia de uma “Airbus dos automóveis”, pegando no exemplo da construtora de aviões que congrega esforços da indústria aeronáutica da França, Inglaterra, Alemanha e Espanha. De Meo confirmou também que existem conversações para colaborações para plataformas direcionadas para veículos elétricos.
Não é certo que o caminho escolhido acabe por ser o de uma união. Mas o que parece um dado adquirido é que os grupos europeus estão muito atentos e na expetativa. Tendo em conta que se trata de uma indústria que emprega 13 milhões de pessoas e representa 7% da economia da União Europeia, a responsabilidade é grande, pois um passo em falso poderia representar um desastre económico com consequências para muitos milhares de pessoas em toda a Europa.
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