Dieselgate: VW investigada por pagamentos suspeitos a executivo suspenso
Os procuradores alemães que continuam a investigar o Dieselgate, estão a acusar o grupo VW de uma alegada quebra do direito fiduciário, devido a pagamentos feitos a um executivo, não identificado, que foi suspenso devido a alegado envolvimento no Dieselgate.
Tudo começou, recordamos, em 2015, quando a VW foi apanhada na utilização de um dispositivo fraudulento para enganar os testes de emissões de motores diesel, particularmente, o NOx, nos Estados Unidos. Na altura, a fuga para diante foi imediata e a culpa foi atirada para cima de uma mão cheia de engenheiros que agiram com agenda própria e sem a aprovação ou sequer o conhecimento dos membros do conselho de administração, na época composto por executivos como o atual CEO do grupo, Herbert Diess e o presidente do grupo, Hans Dieter Poetsch.
Porém, meses e meses de investigações destaparam um esquema que já levou á demissão de inúmeros executivos de topo do grupo VW e a prisão de alguns deles. E os procuradores de Brunswick, o distrito da Baixa Saxónia onde está sediada a Volkswagen (Wolfsburg) , não têm estado sossegados e anunciaram esta terça feira que nova investigação estava em curso.
Segundo o jornal alemão “Bild am Sonntag”, os procuradores investigam o pagamento de bónus a um gestor da VW afastado da empresa devido ao envolvimento no Dieselgate. De acordo com a investigação daquele órgão de comunicação social alemão, o gestor que permanece no anonimato, recebeu nada menos que 866 mil euros de bónus entre 2016 e 2018.
A procuradoria não quis identificar o gestor, a VW não comenta o caso, mas sabe-se que o nome estará entre os cinco executivos do grupo teutónico, incluindo o ex-CEO, Martin Winterkorn. Recordamos que o ex-CEO está a enfrentar uma série de acusações criminais por conspiração para encobrimento de fraude, ligado ao Dieselgate. Ora dos cinco executivos, falta referir Hans Jacob Neusser, ex-chefe do departamento de desenvolvimento de motores na VW, Jans Hadler, ex-responsável pelo desenvolvimento de motorizações e transmissões, Hanno Jelden, que liderava a parte da eletrónica de motores e Thorsten D.Neussers, um chefe de departamento ligado à pesquisa e desenvolvimento.
Todos eles, segundo a acusação dos procuradores de Brunswick, falharam no seu dever de informar as autoridades sobre o a sistemática fraude noa testes de emissões. Por via disso, tosos enfrentam uma acusação que pode levar a uma pena até 10 anos de prisão.
Uma das linhas de defesa da Volkswagen aponta para os advogados da empresa. Segundo as alegações do grupo VW, a empresa, apesar de informada sobre a utilização do referido dispositivo para ajudar a passar nos testes de emissões, os advogados instruíram os executivos a não reportar nada ás autoridades, pois não havia a certeza que fosse um dispositivo ilegal. Ou seja, querem que o software usado seja equiparado aos AECD, dispositivos auxiliares de controlo de emissões, que existem para proteger os motores e que são legais. Porém, a acusação é clara: o grupo VW foi além daquilo que um AECD pode fazer, instalando um dispositivo de batota ilegal que contornava os testes e as rigorosas regras de emissões norte americanas, o “software” malicioso a que se refere a EPA, Agência de Proteção Ambiental dos EUA, que diminuiu a eficácia do sistema de controlo de emissões.
A Volkswagen também já confirmou que não informou os acionistas sobre a utilização do referido dispositivo, antes do anúncio público dos processos, pois pensavam os membros do conselho de administração que as potenciais multas não iriam além de 150 milhões de euros. Como estavam errados! O Dieselgate já custou ao grupo Volkswagen mais de 29 mil milhões de euros!!!!
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