Dieselgate: escutas “apanham” Wolfgang Hatz, ex-engenheiro chefe da VW
Segundo o jornal alemão “Handelsblatt”, os procuradores alemães que ainda investigam o Dieselgate, têm em seu poder escutas do telefone privado de Wolfgang Hatz, de conversas com outros dirigentes de topo da VW, sobre o escândalo.
Segundo o jornal alemão, as gravações foram feitas pela esposa de Hatz, através do sistema de alta voz do veículo. Os procuradores encontraram essas gravações num email que estava num telefone da esposa do ex-engenheiro chefe da VW.
As fontes do Handelsblatt dizem que as conversas gravadas eram entre Wolfgang Hatz (na época também era o responsável pelo departamento de pesquisa e desenvolvimento da Porsche), Matthias Muller (ex.presidente do grupo VW), Oliver Blume (atual CEO da Porsche) e Michael Steiner, o executivo escolhido, numa primeira fase, para liderar a investigação interna sobre o Dieselgate.
Numa das gravações, alegadamente, Hatz perguntou a Muller como é que a sua situação, em particular, como parte do Dieselgate, iria ficar, ao que o ex-presidente do grupo VW respondeu “não te quero desiludir: não posso fazer nada contra a decisão do conselho de administração da Volkswagen.” Wolfgang Hatz replicou que nada tinha a ver com aquilo que ele descreve como “software fraudulento”, sugerindo que foi uma trapalhada da casa mãe. Alegadamente, Matthias Muller terá dito que “estou a tentar colocar-te fora disto… mas assim que o meu nome apareça em qualquer lado, será muito mais complicado. Mantém-te calmo!”
Já durante uma conversa com Oliver Blume, Wolfgang Hatz é acusado de ser o culpado da introdução do software fraudulento nos motores diesel do grupo e terá dito que o software usado pela Audi foi o resultado de “parâmetros infelizes desenvolvidos por idiotas”
Além de tudo isto, Wolfgang Hatz contou detalhes de engenharia com o antigo patrão do departamento de pesquisa e desenvolvimento da Porsche que, terá dito em relação à Agência de Proteção Ambiental dos EUA, “nós não os tentamos enganar uma segunda vez.”
Recordamos que Wolfgang Hatz foi preso em setembro de 2017, na Alemanha, por suspeita de ter conhecimento dos eventos que levaram à decisão de instalar o software fraudulento em vários motores diesel do grupo Volkswagen, acabando por ser libertado através de fiança em julho do ano passado.
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