Daimler e Geely assinaram acordo de venda da Smart que passa a produzir na China
O AUTOMAIS já ontem tinha dado corpo a esta notícia que acaba de ser confirmada pela Mercedes: a Daimler e a Geely assinaram uma parceria global para o desenvolvimento futuro da Smart. Ou seja, a empresa chinesa comprou metade da marca alemão detida pela Mercedes e irá desenvolver e gerir a Smart a nível global.
O acordo entre a Daimler AG e a Zhejiang Geely Holding Group foi rubricado esta madrugada na China, onde será a sede desta “joint venture” que fará a Smart entrar numa nova fase da sua história.
A partir de 2022, todos os Smart serão fabricados na China e terão motorização elétrica, ou seja, manter-se-á a estratégia desenhada pela Daimler, assistindo-se, nessa altura, a uma gama totalmente nova de produtos.
A Daimler irá partilhar o seu conhecimento em termos de produção, engenharia e produção com a Geely, existindo já projetos de expansão para o segmento B como parte do desenvolvimento e crescimento da marca. A Geely ficará com a produção e a venda dos produtos desta parceria.
Assim, até 2020, o ForTwo continuará a ser produzido na França, na fábrica de Hambach e o ForFour manter-se-á a ser produzido na Eslovenia, na fábrica da Renault de Novo Mesto, mantendo ambos a partilha da base com o Renault Twingo.
A partir de 2022, a unidade de produção de Hambach irá fabricar carros elétricos para a Mercedes, depois da Daimler ter investido 500 milhões de euros para iniciar a produção do modelo compacto da marca elétrica EQ.
Não foram divulgados detalhes financeiros da operação, mas a nova empresa terá sede no China e terá um conselho de administração com seis elementos, entre eles o patrão da Daimler na China, Hubertus Troska, a diretora de vendas e marketing global, Britta Seeger e o patrão da produção, Markus Schaefer. Da parte da Geely, têm assento neste conselho de administração, o presidente da Geely Holding, Li Shufu, o CEO da Geely Auto, An Conghui e o diretor financeiro da Geely, Daniel Donghui Li.
A Geely é o maior acionista da Daimler, depois de ter reforçado a sua presença no capital do grupo alemão, agora de 9,69%, em 2018. Com este acordo, a Daimler “livra-se” de uma marca que já foi reestruturada várias vezes, não vendeu mais de 128 802 unidades em 2018 e, segundo alguns analistas financeiros, perdeu, anualmente, entre 500 a 700 milhões de euros, não havendo relatórios que apontem para algum balanço de exploração que tenha tido lucro.
Dieter Zetsche, Presidente do Conselho de Administração da Daimler AG e Responsável pela Mercedes-Benz Cars, referiu que “para mais de 2,2 milhões de clientes, a smart representa um modelo pioneiro na mobilidade urbana. Com base nesta história de sucesso, esperamos melhorar ainda mais a marca com a Geely Holding, uma parceira forte no segmento de veículos elétricos. Em conjunto, iremos projetar e desenvolver a próxima geração de veículos elétricos que combinam uma produção de elevada qualidade e padrões de segurança notórios na China e no mundo. Estamos ansiosos em trabalhar com todos os parceiros para sustentar o nosso sucesso na China e no mundo. Separadamente, a Mercedes-Benz produzirá um veículo elétrico compacto na fábrica de Hambach, sustentando o emprego com mais investimentos nas instalações.”
Já Li Shufu, presidente da Geely Holding, sublinhou que “respeitamos totalmente o valor da smart, uma marca com um apelo único e um forte valor comercial. A Geely Holding e a Daimler aguardam com expectativa este novo projeto, desafiador e estimulante, através do qual continuaremos a impulsionar a introdução de produtos elétricos premium personalizados, para proporcionar uma melhor experiência de mobilidade aos nossos clientes. Como parceiros, estamos dedicados a promover a marca smart globalmente. Vamos alavancar a nossa experiência e competências globais em gestão de marca, pesquisa e desenvolvimento, produção, entre outras áreas. As sinergias desta cooperação levarão a benefícios mútuos, ao mesmo tempo em que desenvolveremos tecnologias, incluindo conectividade, para continuar a liderar na indústria, uma vez que ela passa por uma transformação mais ampla”.
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