Custo de utilização dos elétricos iguala o dos motores de combustão já em 2018
O custo total de utilização (TCO-Total Cost Ownership) dos veículos elétricos vai equilibrar-se com o dos motores de combustão, já em 2018, segundo um estudo do departamento de research do banco suíço UBS.
O TCO inclui os custos de manutenção, combustível, seguros e todos os outros encargos com a posse do veículo. Apesar disso, o preço de um veículo elétrico continuará a ser superior ao de um modelo equivalente co motor de combustão.
A paridade dos TCO vai criar um ponto de inflexão na procura, referem os analistas da UBS, que reviram em alta de 50% a sua projeção para as vendas de veículos elétricos e elétricos plug-in em 2025, para 14,2 milhões de unidades, correspondendo a 14% do mercado mundial de automóveis.
A UBS classifica o automóvel elétricos como a mais disruptiva tecnologia automóvel, desde a produção em série, há mais de um século, do Ford T e adianta que a Europa será a região que mais rapidamente aderirá à mobilidade elétrica.
A UBS analisou o caso do Chevrolet Bolt, vendido na Europa como Opel Ampera-e, que catalogou como o primeiro modelo de produção em série com uma autonomia superior a 300 quilómetros e conclui que o sistema de propulsão é 4600 dólares mais barato de produzir que o inicialmente previsto e que há ainda um grande potencial de poupança de custos por explorar.
A poupança com o sistema de propulsão é no entanto quase totalmente anulada por um acréscimo de 4000 dólares com a eletrónica, face a um automóvel convencional, não contando com o custo das baterias. O que leva a UBS a estimar que a GM está a ter um prejuízo de 7400 dólares em cada unidade vendida do Bolt, aos seus preços atuais e que a Tesla deverá perder 2900 dólares com a venda de cada Model 3 (foto) com nível baxse, embora os extras e opcionais possam mais do que compensar essa perda. O banco suíço estima que o preço médio de venda do Model 3 venha a fixar-se em torno dos 41 mil dólares, 6 mil acima do preço da versão base, garantindo uma margem positiva para a Tesla.
De uma maneira geral, os fabricantes começarão a conseguir uma margem positiva com a venda de elétricos, que a UBS estima em cerca de 5%, a partir de 2023, à medida que o mercado deste tipo de veículos se for popularizando, beneficiando do progressivo abandono de automóveis com motores convencionais. “Assim que a paridade de custos de utilização for atingida, os veículos elétricos mass market passarão a ser lucrativos”, refere o estudo da UBS.
Os 5% equivalem à margem dos atuais veículos convencionais, apesar de algumas marcas premium, como a BMW, conseguir valores de 8%.
Álvaro Mendonça
Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)
0 comentários