Crise no Mar Vermelho com consequências no mercado automóvel

Os ataques a navios comerciais no Mar Vermelho pelos houthis estão a ter impacto na indústria ocidental, não escapando o mercado automóvel a esta crise que tende a escalar após a resposta de força dos militares dos EUA e do Reino Unido. Alguns construtores anunciaram a suspensão da produção em fábricas europeias, temendo-se que se a situação ainda possa piorar. 

Na sexta-feira passada, a Tesla e a Volvo Cars davam conta da suspensão da produção nas suas fábricas na Europa, devido à falta de componentes, um primeiro sinal que a indústria automóvel estava a ressentir-se da crise no Mar Vermelho. Em causa está o aumento do preço do transporte marítimo, cujas companhias tentam evitar atravessar o Canal do Suez, afastando-se desta forma do Mar Vermelho e do risco de serem atacadas, contornando todo o continente africano.

Esta questão está a ser vista pelos especialistas como a pior crise de abastecimento no mundo desde a pandemia de Covid-19. 

A Tesla confirmou a suspensão da produção da maioria dos modelos fabricados em Berlim entre o dia 29 de janeiro e 11 de fevereiro, enquanto a Volvo anunciou a paragem na fábrica de Ghent durante três dias desta semana, havendo uma disrupção no abastecimento de vários componentes não identificados pelos construtores. 

Soube-se hoje, que a fábrica da Suzuki na Hungria na cidade de Esztergom, vai suspender a produção do Vitara e S-Cross devido à escassez de componentes. O construtor indicou que a paragem acontece desde o dia de hoje, 15 de janeiro, até ao dia 21, inclusive, por falta de motores vindos do Japão. 

Enquanto isso, a Stellantis informou que conta com o transporte aéreo para fazer face à falta de alguns componentes. Falta saber até quando esta situação é exequível e quanto tempo durará a crise que tem afastado os navios do Canal do Suez.