Conheça a história dos 120 anos da Renault em fotos (parte 1)
120 anos de história é algo que permite criar um álbum de fotografias substancial e alguns detalhes interessantes. Leia o texto e acompanhe as fotos na galeria. Aqui fica este recordar da história da Renault e da nossa parte… PARABÉNS!!!
RENAULT TYPE A (1899)
A Societe Renault Freres, foi criada em 1899 pelos irmãos Louis, Marcel e Fernand Renault. O primeiro modelo foi o 1CV, feito em 1898, mas de forma demasiado artesanal. Assim, na história da Renault, o primeiro carro foi o Type A, um dois lugares com capacidade de chegar aos 32 km/h e que esteve á venda até 1903. O motor de 1 CV foi substituído por um de 5 CV em 1904.
RENAULT TYPE K (1902)
Depois de ter vivido desde a fundação com motores de 1 ou 2 cilindros, a Renault ousou com a chegada do Type K. Usou, pela primeira vez, um motor de quatro cilindros com 3,1 ou 4,9 litros. Foi o primeiro carro de competição da Renault – aliás, foi feito para as corridas – exibindo radiadores de generosas dimensões, colocados de cada lado do motor e uma carroçaria mínima. Tudo para poupar peso.
RENAULT TYPE BF (1910)
O desenvolvimento da Renault ao longo da primeira década do século XX, foi velocíssimo, introduzindo todos os anos novos modelos com dois, quatro e seis cilindros, sendo o BF um dos mais emblemáticos, pois tinha um motor 4.4 litros de quatro cilindros, com 20 CV e uma velocidade máxima de 88 km/h.
RENAULT TYPE JY 18CV (1922)
Até a Segunda Guerra Mundial, a Renault usou motores com blocos aos pares ou trios (dois+dois, três+três), depois, adotou a construção monobloco para os quatro cilindros, até que em 1922 chegou o bloco de seis cilindros para o Type JY. O bloco tem 4,2 litros de cilindrada que debita 18 CV, tem válvulas laterais, ou seja, as cabeças estão solidárias com o bloco. O Type JY foi o primeiro carro da Renault a exibir travões nas quatro rodas.
RENAULT 40 CV TYPE NM (1926)
O modelo de topo da Renault no final da década de 20 e a marca francesa usou-o de forma intensa na competição, nomeadamente nos concursos de velocidade, muito populares na época. Foi nesse período que nasceu a versão aerodinâmica com motor de 9 litros, com apenas um banco e rodas de 14 polegadas sem guarda lamas. Para que os reabastecimentos fossem feitos de forma célere, havia uma equipa de 14 pessoas. O carro foi capaz de cumprir 80 quilómetros a uma média de 190 km/h. Muito bom para um carro daquela época e feito a partir de um carro de estrada.
RENAULT JUVAQUATRE (1938)
Este é o carro que marcou uma viragem na história da Renault. O Juvaquatre tinha uma construção monobloco, ao invés de carroçaria aparafusada ao chassis, portas com dobradiças dianteiras e não abertura no sentido inverso da marcha e suspensão independente no eixo da frente. O motor era um 1003 c.c. com quatro cilindros, com válvulas laterais, a debitar 23 CV. Um carro avançado para a época que era oferecido na forma de sedan e duas portas. Mais tarde foram lançados a carrinha e o comercial. O carro saiu de cena com a guerra, regressou depois ao mercado, dando tempo á Renault para preparar o futuro.
RENAULT SUPRASTELLA (1939)
Após o prático e avançado Juvaquatre, a Renault ousou e lançou um carro que parecia ter feito a viagem dos EUA para França. Com um motor de oito cilindros com 5448 c.c., o Suprastella tinha dimensões generosas para um carro vendido com duas ou quatro portas e um cabriolet de belo aspeto. Um carro que dificilmente rimava com a imagem da Renault.
RENAULT 4 CV (1947)
A famosa “Joaninha” era a resposta francesa ao prático Volkswagen Carocha. O carro tinha um motor traseiro, com tração às rodas traseiras, tudo embrulhado numa carroçaria arredondada que podia ser desmontada e montada num minuto. Ao contrário do Carocha, o “Joaninha” tinha quatro portas, suspensão independente nas quatro rodas e direção de pinhão e cremalheira. Infelizmente para a Renault, esteve sempre na sombra quer do Carocha, quer do muito mais prático e simples Citroen 2CV.
RENAULT COLORALE (1950)
A falta de dinheiro colocou a Renault num beco com saída incerta: o 4CV não assegurava o fluxo de dinheiro suficiente, mas não havia “argent” para mais criar novos carros. Solução? Ir à prateleira e tirar de lá o empoeirado Primaquatre de 1935, dar-lhe uns retoques e, “voilá”! O quatro cilindros de válvulas laterais com 2.4 litros de cilindrada também se manteve, até que já em 1953, lá chegou o motor de 2 litros com válvulas na cabeça, oriundo do Renault Frégate. A necessidade aguça o engenho… ficou provado com o Colorale.
RENAULT FRÉGATE (1952)
Com um estilo simples, mas muito interessante e, sobretudo, apelativo, o Frégate era um carro convencional e… avançado. Era um avanço interessante face ao 4CV e utilizava o motor de 2.0 litros. Vendido nas versões berlina de 4 portas, cabriolet e carrinha, o Frégate chegava aos 130 km/h. Foi usado na competição por amadores.
RENAULT DAUPHINE (1956)
Um modelo icónico da Renault, o primeiro a conseguir vender mais de dois milhões de unidades em França. Tinha motor traseiro e tração traseira e um enorme problema de ferrugem, que os fazia, literalmente, desaparecerem, especialmente se fossem vendidos perto do mar ou em zonas de clima mais húmido. Tinha características pouco vistas na época: suspensão dianteira independente e uma unidade hidro pneumática, opcional, para o eixo traseiro. Equilibrado, prático e acessível, o Dauphine recebeu versões Gordini que o levavam até aos 160 km/h. Algo extraordinário para a época.
RENAULT ETOILE FILANTE (1956)
A mania dos recordes de velocidade dominou durante anos a mente dos responsáveis das marcas francesas e não só. Depois de ter lançado o JET1, o primeiro carro com uma turbina alimentada a gás, a Renault voltou à carga com o Etoile Filante. Enviado para o Utah para Bonneville, a fim de bater recordes de velocidade, o modelo, equipado com uma turbina Turbomeca com 280 CV, foi cronometrado a 308 km/h! Um recorde que, estranhamente, ainda não foi batido!
RENAULT FLORIDE (1959)
Tendo como embaixadora a deslumbrante Brigitte Bardot, o Floride conheceu imediato sucesso. Apresentado nas versões coupé e cabriolet, era elegante e com o motor colocado na traseira. Porém, foi “muita parra e pouca uva” pois o motor era um minúsculo quatro cilindros de 845 c.c. com 38 CV que não deixava o elegante Floride ir mais além dos 117 km/h. Pior só mesmo o comportamento, pois o carro tinha sido desenhado por alguém que não percebeu que uma curta distância entre eixos, com avanços dianteiros e traseiros absurdos e um motor, mesmo que leve, pendurado atrás do eixo traseiro, eram a receita para a desgraça. O carro em curva era perigosíssimo e os acidentes foram mais que muitos, dizimando uma frota que não foi muito grande. Por isso é hoje um carro raro.
RENAULT 4 (1961)
Será um dos carros mais importantes da história da Renault e mesmo do automóvel, pelo menos em França. Teve a pesada responsabilidade de substituir o vetusto e ultrapassado 4CV, optando a Renault por uma carrinha de quatro portas muito versátil, simples e fiável. Acertaram em cheio, pois a “quattrele” vendeu mais nos primeiros quatro anos de vida que o 4CV em 15 anos de produção! O mais impressionante é que a Renault foi evoluindo, anualmente, o carro e isso nunca foi percetível, mesmo quando as mudanças foram maiores e mais substanciais. Começou com um motor de 747 c.c., evoluiu para um 845 c.c. e terminou com um 1108 c.c., da versão GTL. Chegou á competição e em Portugal mora um Renault 4 com muita história, pois já fez ralis do Mundial e do Nacional. Pinto dos Santos é o engenheiro de Arganil que tem essa relíquia e que ainda a coloca em ação em alguns ralis Legend. E é sempre dos mais aplaudidos! A Renault produziu 8 135 424 exemplares do R4. Impressionante!
ALPINE A110 (1961)
Jean Redelé tinha um conceito do qual nunca abdicou: um carro não tem de ser muito potente para ser competitivo, tem de ser muito leve e ágil. Foi assim que conseguiu que a sua Alpine, fundada em 1955 em Dieppe, conseguisse dominar os ralis franceses e a nível mundial. Fez isso com aquele conceito e juntando peças oriundas da Renault. Trabalhando em proximidade com a marca francesa, Jean Redele criou o A110, a Berlinetta que foi um enorme sucesso. A Renault acabou por comprar a Alpine em 1973, fechou-lhe as portas em 1995 para a resgatar em 2017 com a versão moderna do A110, um carro fabuloso. Como o original!
RENAULT 8 (1962)
O último modelo da Renault com motor e tração traseira foi o 8, célebre pelas suas versões Gordini, muito velozes e competitivas. Um carro que enfrentava modelos mais potentes e, amiudes vezes, ganhava. Foi o substituto do Dauphine, tendo o mesmo conceito e equilíbrio, mas com maior habitabilidade. E sendo mais veloz e equilibrado graças ao motor de 956 c.c.. As versões Gordini são amplamente procuradas, mas raras, mais as equipadas com os motores de 1255 c.c. que a com bloco 1108 c.c.. O R8 Gordini chegava aos 170 km/h.
RENAULT CARAVELLE (1962)
Na essência, era o mesmo carro que o Floride, mas agora com o motor do R8 e, mais tarde, o bloco 1108 c.c. do R8 Gordini. Ou seja, andava muito mais depressa, mas continua a curvar horrivelmente, pelo que o destino dos Caravelle foi o mesmo dos Floride.
RENAULT 16 (1965)
Um enorme passo em frente da Renault, com um carro espaçoso, bem pensado e com características avançadas. O Renault 16 foi uma verdadeira pedrada no charco, com ondas de choque que se mantiveram durante anos. O seu avanço era tal que se manteve em produção durante 15 anos, com números de vendas impressionantes. Um carro que ficou popular pelo seu conforto – proporcionado pelas suspensões moles – e pela sua enorme versatilidade. Hoje é normal um carro ter um portão traseiro e bancos rebatíveis, mas há 54 anos… nem por isso. Além disso, era tecnicamente avançado com suspensões independentes nos dois eixos, discos de travão á frente e muitas outras coisas que deixaram um padrão para o futuro. Não faz parte dos clássicos mais procurados, parecendo, mesmo, esquecido na bruma do tempo. Porém, é um carro que ainda hoje dá gozo conduzir e na versão TS tinha um motor poderoso que permita-lhe andar a velocidade impensáveis. Mais um marco na história da Renault.
RENAULT 10 (1967)
Poderá já estar a dizer que este, sim, este é que é o último Renault com motor traseiro – poderia dizer-lhe que o último foi o Twingo ou o Alpine… – mas não é verdade. Isto porque o R10 não era mais que um R8 com a frente e a traseira esticadas. Tudo para oferecer um pouco mais de espaço na bagageira e maior refrigeração no berço do motor. O motor escolhido para o R10 foi o 1108 c.c. do R4 e do R8 Gordini.
RENAULT 12 (1970)
Novo passo de gigante para a Renault, desta feita com um carro que colocou a marca do losango no “coração” do mercado, no meio dos modelos mais vendidos na Europa. Oferecido nas versões berlina e carrinha, o R12 acabou por ser o “cavalo de Tróia” que fez reviver a Dacia e que a tornou parte da Renault anos mais tarde. O Renault 12 tinha como motor um bloco de 1289 c.c. e recebeu uma versão Gordini, rara e muito procurada. Foi sendo evoluído, mas nunca foi um carro que se afastasse muito daquilo que foi o desenho e a definição inicial.
RENAULT RODEO (1970)
Ah! os loucos anos 70… Lembram? Havia todo o tipo de “buggy” feitos com base nos VW Carocha (o chassis separado da carroçaria ajudava à “festa”). Mas havia, também, o Mini Moke e a Citroen lançou o Mehari. A Renault não quis ficar fora da foto e lançou o seu “carro palhaço”, chamado Rodeo. Não escondia a inspiração, quase cópia, do Mehari da Citroen e tinha como base o Renault 4, tendo uma carroçaria de plástico mal amanhada e uma capota ainda mais mal amanhada. Houve outro modelo Rodeo, mas tendo por base o Renault 6 e exibindo uma variante 4×4.
RENAULT 6 (1971)
Seguindo aquilo que já tinha feito com outros modelos como o R8 e o R10, a Renault pegou na R4 e num escantilhão, e deu-lhe uma forma maior, vendendo-o como Renault 6 e conceitualmente como um Renault 16 mais pequeno e com motores menos potentes (845 e 1108 c.c.). Tinha uma carroçaria que tinha muitas semelhanças com o conceito do R16. Não é um carro procurado pelos colecionadores e está, praticamente, extinto.
RENAULT 15 E 17 (1972)
A concorrência para a qual foram preparados não era fácil: Ford Capri, Opel Manta, Vauxhall Firenza, enfim, um grupo de ilustres que o Renault 15 e o 17 enfrentaram. A base era o Renault 12, nasceram para oferecer algum brilho à gama da casa francesa. O estilo não era uma grande referência e se o R15 tinha motores de 1289 e 1565 c.c., o R17 oferecia três hipóteses: 1565, 1605 e 1647 c.c.. Não conheceram grande fulgor e praticamente desapareceram.
RENAULT 5 (1972)
Vendeu 5,5 milhões de unidades da primeira geração! Belo cartão de visita, não?! Desenhado tendo em mente o espaço interior e a praticabilidade, o R5 tinha um estilo simples, mas jovem e atraente, tinha excelentes níveis de conforto e tinha performances razoáveis. Era oferecido com motor 845 e 956 c.c., conheceu versões Alpine e Alpine Turbo, altamente valorizadas e procuradas devido á raridade. As versões Alpine tinham um motor de 1397 c.c. com 95 CV.
RENAULT 30 (1975)
Foi a primeira vez que a Renault decidiu entrar no segmento executivo. Não tinha nenhuma experiência nem motores nobres e por isso nasceu o R30 equipado com um motor V6 de 2.7 litros, desenvolvido pela Peugeot e pela Volvo a que se juntou, depois, a Renault (o conhecido motor PRV V6), com 145 CV, apenas. O modelo era espaçoso, confortável e tinha uma capacidade de fazer quilómetros de forma incansável. Mais tarde surgiu o Renault 20, exatamente o mesmo carro, mas com um motor de 4 cilindros, com um apetite mais controlado e algumas falhas no equipamento, como a direção assistida e os travões traseiros de tambor. O preço acabou por lhe oferecer a fatia maior das vendas, ainda assim, poucas.
RENAULT 14 (1977)
Anónimo e sem grandes pontos de destaque, o Renault 14 é, porém, um carro muito importante para a Renault. Porquê? Até ao R14, todos os carros da Renault tinham os motores em posição longitudinal, mesmo os de tração dianteira. A partir daqui os blocos passaram a estar colocado de maneira transversal, oferecendo mais espaço interior. O pequeno 4 cilindros com 1218 c.c. aninhava-se na frente do R14 e havia espaço para lhe colocar a roda suplente em cima. É outro modelo importante para a Renault, mas que está praticamente extinto.
RENAULT 5 TURBO (1980)
Apareceu à socapa como protótipo no Salão de Paris de 1978, parecia impossível de chegar à produção. A verdade é que a Renault ousou produzir aquele carro com motor turbo colocado onde antes estavam os bancos traseiros, com alargamentos delirantes. O motor era o quatro cilindros de 1397 c.c. sobrealimentado que debitava 160 CV e chegava aos 200 km/h. A tração era ás rodas traseiras através de uma caixa de cinco velocidades, pesava apenas 975 quilogramas e era uma máquina fabulosa. Hoje é uma peça de coleção e na competição, ganhou o Rali de Monte Carlo.
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